11 de setembro de 2011

Noções sobre as notas de canto Timbrado

Seu canto é harmonioso, alegre e metálico, sem estridências, pausado nalgumas ocasiões mais ligeiro, considerado de maior valor o canto pausado. Seu repertório está formado por dez ou mais notas, a  base de seu canto sãos  os "timbres", e as notas  de adorno.
Reconhecem-se três  "timbres":

"Timbre Metálico", formado pela consonante "r" e a vogal "i": "ri, ri, ri...".
"Timbre Intermédio", utilizado pelo canário para  enlaçar com outras notas. Formado pela consonante "r" e a vogal "e": "re, re, re...".
"Timbre Profundo", composto  pela consoante "r" e a vogal "o": "ro, ro, ro...".
Também se consideram notas básicas o chau-chau, o  piau-piau e os repetidos "cloqueos": bli, bli, blu, blu, bluo, bluo, clo, clo, clou, clou. O "cascavel  que imita um guizo (pequeno chocalho)l agitado lentamente: lin, lin, lin. As "castanholas" com som de: chac, chac, em forma pausada. E os "duos" onde parece que cantam dois canários ao mesmo tempo.
As  notas de adorno ou "floreios" emitam  sons parecidos a assobios ou água a correr sobre pedras no ribeiro.
VALORIZAÇÃO DO CANTO:  [Da Federação Ornitológica Cultural Desportiva Espanhola]
1.     Questões chaves na valorização do canto
O  primeiro passo a dar pelo  juiz quando o canário comece a cantar, (encontrando a entoação  adequada e definindo  as diferentes  notas) e como requisito imprescindível prévio para uma correcta valorização, é  analisar a canção  emitida atendendo às  características de suas qualidades sonoras e musicais.
Recordando:
1.1. Qualidades do som
1) Tom: O facto de que o canário de Canto Timbrado Espanhol seja a raça que emite seu canto num registo tonal mais elevado e que se considere como o tenor dos  canários (sendo o Malinois, entre o grave e o agudo e o baixo o  Roller) não quer dizer que suas canções sejam estridentes ou  desagradáveis ao ouvido, pelo contrário. O registo tonal do Timbrado deve ser quanto mais amplo melhor, para assim poder pôr em prática  seus excelentes dotes musicais, através das mais belas e complicadas modulações vocais. Não deve haver no canto mudanças bruscas de tonalidade que possam dar lugar a sons que rompam a linha melódica da canção, bem como por excesso (estridências) ou por defeito (tom excessivamente pobre).
2) Intensidade: A intensidade do canto deve ser em todo o momento a adequada. O canário deve jogar com a potência ou força da sua voz, com o  que se consegue uma série de nuances musicais que embelezam extremamente o canto. Deve evitar-se a emissão de giros ou canções tanto com um grau de intensidade demasiado alto, o que resultariam estridentes,  bem como  um grau de intensidade pobre.
3) Timbre: Já sabemos que o timbre é a qualidade que personaliza o som e nos permite identificar o seu emissor. Em todo o canto do canário encontramos passagens, principalmente, de três tipos de timbre ou sonoridade: metálica, oca e aquosa. Nas raças de canários de canto encontramos um tipo de especialização, com clara relação com o registo tonal que possuem:
RAÇA
REGISTRO TONAL
TIMBRE PREDOMINANTE
TIMBRADO
ALTO
METÁLICO
MALINOIS
MEDIO
AQUOSO
ROLLER
BAIXO
OCO
Como vemos, o timbre de voz do Canário de Canto Timbrado Espanhol é, por definição, brilhante, metálico; embora  também encontremos no seu canto partes de timbre ou sonoridade oca e aquosa. A maior variedade e contrastes mais atractiva que resultam do seu canto.
1.2. Qualidades da música
1) Ritmo: o ritmo de emissão do canto do Timbrado  deve ser quanto mais pausado melhor.
2) Melodia: quanto à sucessão de sons ligados com sentido musical, deve ser rica e variada.
3) Harmonia: dado que a harmonia é um dos conceitos que se recolhe na ficha de julgamento nos ocuparemos dela mais adiante.
2. Três perguntas a responder:
Para começar a análise e valorização dos diferentes giros que o canário expressa na sua  canção  devemos responder a três perguntas:
1) QUE GIRO DIZ O CANÁRIO?
2) COMO O  DIZ?
3) AONDE O DIZ?
3. Valorização dos giros
1) IDENTIFICAÇÃO DO GIRO: Resposta à 1ª pergunta.
a) Análise do texto fonético (consonantes e vogais) determina qual a nota de canto emitida pelo canário. Para que possamos fazer a classificação dos giros, tendo em atenção a composição do seu texto fonético (limitado ou ilimitado). Nos  giros de texto fonético limitado faz-se a identificação através das consoantes e vogais típicas que os compõem.
b) Estudo do ritmo de emissão (continuo, semi-continuo e descontinuo), já que há giros que compartam as mesmas consoantes e vogais e só se podem distinguir atendendo à cadência de emissão. Neste sentido se consideram:
    • - Giros de ritmo contínuo: aqueles em que a  impressão do som se sucede sem solução de continuidade; não sendo  o nosso ouvido capaz de discernir as diferentes sílabas que o canário produz  pelo denominado fenómeno de persistência sensorial (dá-nos a sensação de ouvir um mesmo som contínuo).
    • -Giros de ritmo semi-continuo: neste o nosso ouvido já pode distinguir cada uma das sílabas que formam o  giro, apesar de emiti-las de forma muito próxima entre si.
    • -Giros de ritmo descontínuo: a separação entre as diferentes sílabas ou palavras do giro são ainda mais marcadas (denominamos palavras aos diferentes sons que constituem um giro ou variação e que são formados por duas ou mais sílabas entrelaçadas).
Esta classificação não deve ser considerada rígida, já que o mesmo tipo de giros pode ser emitido com ritmos diferentes. Por exemplo, e a excepção confirma a regra,  os cloqueos, ao igual dos floreios, podem ser emitidos com ritmo semi-contínuo ou com ritmo descontínuo.
2) ANÁLISE DO GIRO: Resposta à 2ª e 3ª perguntas.
  • a) PUREZA DE DICÇÃO:
    • -Deficiente: apenas se distinguem as consoantes que intervêm no giro.
    • -Regular: o som das consoantes prima sobre as vogais.
    • -Boa: equilíbrio na pronuncia de consonantes e vogais.
    • -Muito Boa: as consoantes percebem-se claramente mas  prima o som das vogais, fazendo com que o som  resulte mais suave e agradável.
  • b) FORMA DE EMISSÃO:
    • Quanto ao tom: recto ou modulado (ascendente, descendente e ondulado). Consideram-se de mais valor os giros emitidos de forma modulada, sendo sua ordem de mérito de maior a menor do seguinte valor: a) modulação ondulada; b) modulação descendente; e c) modulação ascendente.
    • - Quanto à intensidade: (matrizes musicais ou modulação da intensidade, consistentes na capacidade do exemplar para jogar com a intensidade do som do giro; exemplo in crescendo, in descendo, forte, fortíssimo, piano, pianíssimo, etc.)
    • - Quanto ao ritmo: capacidade do exemplar de alterar o ritmo musical do giro (por exemplo: aumentando ou diminuindo a cadencia de emissão).
    • -Complexidade fonética do giro: (Quanto às consoantes e vogais que intervêm no mesmo).
    • -Duração do giro: a duração do giro não pode ser nem muito breve nem muito prolongada.
  • c) BELEZA: MUSICALIDADE INTRINSECA (do giro em si  mesmo) E EXTRINSECA (do giro dentro da canção ou melodia do canário).
4.-Aplicação das pontuações
Sendo todas as pontuações correspondentes aos diferentes giros ou passagens da ficha de julgamento três ou múltiplo desta quantidade, ela nos leva a considerar como prática técnica no julgamento os seguintes  detalhes:
  • 1º) Quando há várias formas de emissão do mesmo tipo de giros, a valorização faz-se de forma mais fria e objectiva possível, atendendo à qualidade média dos mesmos. Temos de evitar ser benevolentes pela presença de giros de extremo valor junto a outros medíocres ou defeituosos ou, ao contrário, demasiado severos ao considerar os defeituosos acima das virtudes.
  • 2º) Só se pontuam aqueles giros que tenham, como mínimo, uma qualidade aceitável ou suficiente. Os deficientes, quando não constituam motivo de penalização, não se tomam em consideração salvo para refinar a pontuação daquelas outras variações realizadas pelo exemplar e enquadradas no mesmo parágrafo da ficha de julgamento.
  • 3º) A escala da pontuação dos diferentes giros divide-se em três escalões:
a) No primeiro escalão apontam-se aqueles giros que se considerem regulares, suficientes ou aceitáveis.
b) O segundo apontam-se aqueles giros que se considerem bons.
c) No terceiro escalão da pontuação apontam-se aqueles giros que se considerem muito bons, excelentes ou superiores.
  • 4º A pureza de dicção e a forma de emissão do giro determinam o terceiro escalão da pontuação.
  • 5º) A beleza ou musicalidade do giro serve-nos para refinar a pontuação final.
Esquematicamente, a aplicação das pontuações será como segue:
GIROS
DEFICIENTES
SUFICIENTES
BONS
MUITO BONS
De 9 pontos
NÃO SE PONTUAM
1 a 3 pontos
4 a 6 pontos
7 a 9 pontos
De 18 pontos
NÃO SE PONTUAM
1 a 6 pontos
7 a 12 pontos
13 a 18 pontos
De 27 pontos
NÃO SE PONTUAM
1 a 9 pontos
10 a 18 pontos
19 a 27 pontos
FICHA DE JULGAMENTO     [Da Federação Ornitológica Cultural Desportiva Espanhola]

1.- GIROS POSITIVOS

1.1. Timbres

Os timbres são giros de ritmo contínuo e timbre ou sonoridade metálica, formados pela consoante "R" e  vogal "I" (ex. : ririririririri...).
VALOR POSITIVO: Até 9 Pontos
GIRO
RITMO EMISSÃO
SONORIDADE
TEXTO FÓNETICO
CONSOANTES E  VOGAIS
EXEMPLO
PONTOS
TIMBRES
CONTÍNUO
METÁLICA
LIMITADO
R e I

Ririririririri
Até  9

1.2. Variações Rodadas

As variações rodadas são giros de ritmo contínuo, timbre ou sonoridade oca e texto fonético limitado em que intervêm a consoante "R" e as vogais "E", "O" e "U" (ex.: rororororo...; rururururururu....). Nestes giros a cadência de emissão das sílabas é maior que nos timbres de ritmo contínuo, dando a  sensação de continuidade e o som rodado consegue-se de maneira mais perfeita. A duração e presença deste tipo de giros no canto do Timbrado deve ser prudencial, já que o abuso na emissão de sons de carácter oco e rodado pode constituir causa de desclassificação  segundo o  disposto no  paragrafo correspondente deste Código.
VALOR POSITIVO: Até 18 Pontos
GIRO
RITMO EMISSÃO
SONORIDADE
TEXTO FÓNETICO
CONSOANTES E  VOGAIS
EXEMPLO
PONTOS
VARIAÇÕES RODADAS
CONTÍNUO
OCA
LIMITADO
R
E,O,U
Rorororo Rurururu
Até  18

1.3. Timbre de Água

O Timbre de água é um giro semi-contínuo, timbre ou sonoridade aquosa e texto fonético limitado formado pelas consoantes "B" ou "G" unidas à  consoante "L" e a consoante "W" e a vogal "I" (ex.: blibliblibli...). Apesar de ter ritmo de emissão semi-contínuo, a cadência adequada será aquela que nos permita perceber claramente as consoantes e as vogais típicas deste giro, em caso contrário a dicção se desfigura e se perde parte da sonoridade aquosa. O som aquoso é o que dá  personalidade própria a este giro e  justifica o  seu carácter de timbre especializado.
VALOR POSITIVO: Até 9 Pontos
GIRO
RITMO EMISSÃO
SONORIDADE
TEXTO FÓNETICO
CONSOANTES E  VOGAIS
EXEMPLO
PONTOS
TIMBRE DE ÁGUA
SEMI CONTÍNUO
AQUOSA
LIMITADO
B, G, L,W
I
Blibliblibli...
Gligligligli..
Até  9

1.4. Cascavel

O Cascavel é um giro de ritmo semi-contínuo, timbre ou sonoridade metálica e texto fonético limitado composto pelas consoantes "L" e "N" e a vogal "I" (ex.: linlinlinlin... ). Tal com o timbre de água é também um timbre especializado, embora neste  caso da cascavel, a personalidade própria como giro se  atribua  à  sua sonoridade metálica - campainhada, faz com que o som desta variação nos recorde o instrumento duma pequena campainha. A especial sonoridade campainhada é atribuída à  consoante final "N".
VALOR POSITIVO: Até 9 Pontos
GIRO
RITMO EMISSÃO
SONORIDADE
TEXTO FÓNETICO
CONSOANTES E  VOGAIS
EXEMPLO
PONTOS
CASCAVEL
SEMI CONTÍNUO
METÁLICA
LIMITADO
L, N
I
Linlinlin
Até  9

1.5. Floreios

Os  Floreios são giros de ritmo semi-contínuo, de timbre ou sonoridade, principalmente, metálica ou oca e texto fonético ilimitado; nos floreios podem intervir todas as consoantes e vogais. O conceito de floreios, em certa medida, é residual; já que podemos classificar como tais  todas aquelas variações que não tenham localização sistemática no restante Código. Isto fez, com que na  quadricula da ficha de julgamento onde se marcam os floreios, seja uma espécie de gaveta de alfaiate, onde se podem encaixar,  muitos destes giros na  actualidade tem seu próprio lugar no código e na  ficha de julgamento, mas no passado, devido às limitações dos primeiros Códigos de Canto, não tinham. Pode-se dizer, sem exagero, que a variedade de floreios que pode emitir um Timbrado Espanhol é  ilimitada.
VALOR POSITIVO: Até 27 Pontos
GIRO
RITMO EMISSÃO
SONORIDADE
TEXTO FÓNETICO
CONSOANTES E  VOGAIS
EXEMPLO
PONTOS
FLOREIOS
SEMI CONTÍNUO
METÁLICA
OU
OCA
ILIMITADO
TODAS
Lu lu lu...
Ti ti ti ...
Tui tui tui...
Até  27

1.6. Floreios Lentos

Os conceitos apontados para  estes floreios lentos  são iguais  aos outros   floreios , já que a única diferença que existe entre ambos apoia-se, fundamentalmente, no ritmo de emissão, neste caso os  floreios lentos terão que ser descontínuo. Os floreios lentos constituem a parte mais bela e musical do canto do Timbrado Espanhol, até ao ponto de se poder afirmar que se trata do giro reinante do Timbrado.
VALOR POSITIVO: Até  27 Pontos
GIRO
RITMO EMISSÃO
SONORIDADE
TEXTO FÓNETICO
CONSOANTES E  VOGAIS
EXEMPLO
PONTOS
FLOREIOS LENTOS
DISCONTÍNUO
METÁLICA
OU
OCA
LIMITADO
TODAS
Tuii tuii tuii
Tuio tuio
Fliorioflior
Taa taa taa
Dooilidooili
Cueli cueli
Até  27

1.7. Campainha

A Campainha é  um giro de ritmo descontínuo, timbre ou sonoridade metálica (som do instrumento campainha) e texto fonético relativamente limitado com a  terminação em "N", "NK" o "NG". A consoante final "N" é a que confere a sonoridade campainhada a este giro. Consideramos mais adequado potenciar a terminação "NK", no  lugar da "NG", já que a campainha, por suas especiais características sonoras, é um dos giros de canto do Timbrado que mais probabilidades  tem de acusar gangosidade  ou nasalidade e estas aumentam com a presença da consonante "G".
VALOR POSITIVO: Até 9 Pontos
GIRO
RITMO EMISSÃO
SONORIDADE
TEXTO FÓNETICO
CONSOANTES E  VOGAIS
EXEMPLO
PONTOS
CAMPAINHA
DESCONTINUO
METÁLICA
LIMITADO
Este giro encontra-se unicamente limitado pela necessidade do som campainhado, que exige a terminação em N, NK, NG
Tan tan tan
Tlan tlan
Tlonk tlonk
Tonk tonk
Tang tang
Até  9

1.8.  Cloqueos

Os Cloqueos são giros que podem ser emitidos tanto com ritmo descontínuo como semi-contínuo, sendo os de ritmo descontínuo os que mais se assemelham ao característico som da galinha do qual lhe  foi atribuído o nome e, por tanto, os mais meritórios. Tem timbre ou sonoridade oca e texto fonético limitado pela intervenção das consoantes "C", "L" e "K" e das vogais"O" e "U" (ex.: clo clo clo; clok clok clok..).
VALOR POSITIVO: Até 18 Pontos
GIRO
RITMO EMISSÃO
SONORIDADE
TEXTO FÓNETICO
CONSOANTES E  VOGAIS
EXEMPLO
PONTOS
CLOQUEOS
SEMICONTÍNUO
OCA
LIMITADO
C-L-K
O-U
Clo clo clo
Clok clok.
Até 18
DESCONTÍNUO
Clu clu..
Cluk cluk

1.9.          Castanholas

A Castanholas é um giro de ritmo semi-continuo, timbre ou sonoridade oca e texto fonético limitado composto pelas consoantes "C", "L", e "K", nunca "CH", e a  vogal "A" (ex.: clakclakclak...). A estrutura desta variação coincide com a dos cloqueos, se bem que as  castanholas se emitem com ritmo semi-continuo, de cadencia, geralmente, mais rápida que os cloqueos e no seu  texto fonético intervêm  a vogal "A" no lugar da "O" ou a "U". Como no caso de outros giros que tomam o nome pela semelhança do seu som  com o de algum instrumento musical, o som das castanholas faz-nos recordar o típico e tradicional instrumento do folclore espanhol.
VALOR POSITIVO:  Até  9 Pontos
GIRO
RITMO EMISSÃO
SONORIDADE
TEXTO FÓNETICO
CONSOANTES E  VOGAIS
EXEMPLO
PONTOS
CASTANHOLA
SEMI CONTINUO
OCA
LIMITADO
C-L-K
Claclacla...
Clakclak
Até  9
A

1.10  Variações Conjuntas

As Variações Conjuntas são a percepção simultânea de dois ou mais giros quaisquer dos definidos no repertório do Canário de Canto Timbrado Espanhol.
As Variações Conjuntas podem-se  pontuar em todos os giros que a compõem, deixando ao  critério do juiz  o não sobrevalorizar nos distintos parágrafos.
VALOR POSITIVO: Até  27 Pontos

1.11  Água Lenta

A água lenta é  um giro de ritmo descontínuo, timbre ou sonoridade aquosa e texto fonético limitado pela presença das consoantes "B", "G", "L" e "W", assim  como possível "D" final, e as vogais "A", "I", "O" e "U". O melhor exemplo possível é  uma torneira  que goteia sobre um balde médio cheio de água . Se em todos os giros é preciso uma boa dicção, no caso das variações de sonoridade aquosa esta exigência alcança sua maior expressão, já que sem as consoantes que intervêm neste tipo de giros não são emitidas de uma forma nítida e pura produz-se um som  borrado que faz perder ao  canto grande parte da beleza e musicalidade.
VALOR POSITIVO: Até 18 Pontos
GIRO
RITMO EMISSÃO
SONORIDADE
TEXTO FÓNETICO
CONSOANTES E  VOGAIS
EXEMPLO
PONTOS
ÁGUA LENTA
DESCONTÍNUO
AQUOSA
LIMITADO
B-G-L-W possível D
Blob blob
Blou blou
Bloui bloui
Glub glub
Até  18
final A-I-O-U

1.12  Água-Semiligada

A água semi-ligada é um giro de ritmo semi-continuo, timbre ou sonoridade aquosa e texto fonético limitado pela presença das consoantes "B", "G", "L" y "W", assim como possível "D" final, e as vogais "A", "O" y "U". As únicas diferenças com a água lenta assentam no ritmo de emissão em que não se admite a presença da vogal "I", posto que, dado o ritmo de emissão semi-continuo da água semi-ligada, nos encontraríamos perante um  timbre de água.
VALOR POSITIVO: Até 9 Pontos
GIRO
RITMO EMISSÃO
SONORIDADE
TEXTO FÓNETICO
CONSOANTES E  VOGAIS
EXEMPLO
PONTOS
AGUA SEMILIGADA
SEMI CONTINUO
AQUOSA
LIMITADO
B-G-L-W possível D
Blablablabla..
Bloblobloblo..
Blublublublu
Até  9
final A-O-U

2.  GIROS NEGATIVOS

2.1.  Rascadas

A rascada é um defeito que se dá, geralmente, nos giros de ritmo contínuo, e num determinado tipo de floreios, como consequência de um excessivo predomínio do som da consoante "R" sobre a vogal, resultando um som sumamente desagradável para nosso ouvido. Como no resto dos giros negativos a penalização faz-se atendendo à gravidade do defeito e à forma como afecta o resto da canção.
Valor negativo: Até 3 pontos

2.2.- Estridências

As estridências são defeitos que consistem na brusca e repentina elevação do tom ou da intensidade do som do giro, originando  um som de elevada estatura que rompe a linha melódica do canto.
Valor negativo: Até 3 pontos

2.3.- Nasalidade

A nasalidade é um defeito que consiste  na produção de sons imperfeitos similares aos emitidos por uma pessoa com problemas nas vias respiratórias originando uma voz que nos dá a ideia de se falar pelo nariz, daí a denominação de nasalidade. A causa geralmente ocorre na  deficiente dicção das vogais que intervêm no giro ou pela presença no mesmo de determinadas consoantes (como por exemplo a "G") que, por sua sonoridade, mostram uma maior predisposição para acusar este defeito; assim mesmo, podem dever-se a problemas respiratórios do exemplar.
Valor negativo: Até 3 pontos
NOTA: Nenhum exemplar com pontuações negativas poderá alcançar os 90 pontos

3.- OUTROS CONCEITOS

3.1.- Impressão

Para a aplicação deste parágrafo seguiremos com o mesmo sistema de aplicação matemática, já que consideramos que a impressão subjectiva é a que se reflete em todas as pontuações da planilla, sendo este epígrafe unicamente como aditamento complementar para aqueles exemplares carentes de pontos negativos na planilla, sendo as normas para sua aplicação as seguintes:
1º) Concede-se um ponto aos exemplares que somem de 72 a 80 pontos positivos, ambos incluídos, e não tenham nenhum ponto negativo, de contrário perderão esse mesmo ponto.
2º) Concedem-se dois pontos aos exemplares que somem de 81 a 89 pontos positivos, ambos incluídos, e que não tenham nenhum ponto negativo, se tiver desconta-se até à sua perdida total  (Exemplo: impressão 2 pontos e 3 pontos negativos, neste caso perdem-se os 2 pontos atribuídas da impressão).
3º) Concedem-se três pontos aos exemplares que somem 90 ou mais pontos positivos e não tenham nenhum ponto negativo, se tiver desconta-se até à sua perda total, tantos pontos quantos  negativos tiverem  reflectidos na ficha de julgamento (exemplo: impressão 3 pontos e 2 pontos negativos, a impressão ficará num 1 ponto).
4º) Abaixo dos 70 pontos considera-se que o canto do Timbrado Espanhol é INSUFICIENTE.
  
3.2.- Harmonia

Como harmonia se entende a arte de combinar diferentes sons emitidos de forma simultânea. Neste caso trata-se de valorizar o grau de conjunção existente entre os cantos de quatro canários que formam uma equipa. Tendo-se em conta que em algum momento tenham cantado ambos os quatro exemplares e que suas canções sejam compatíveis desde o ponto de vista musical, e que haja harmonia.
Dependendo do grau de harmonia alcançado no canto pelos exemplares que integram a equipa, se pontua neste caso com uma nota de um a quatro pontos positivos.
Esta pontuação não tem relação directa com a qualidade individual de cada componente da equipa, já que, a modo de exemplo, se pode considerar que quatro canários tenham uma harmonia máxima de quatro pontos e ser sua qualidade individual medíocre, o que se valoriza aqui é a conjunção das canções emitidas pelos quatro canários.

FICHA DE JULGAMENTO

RITMO EMISSÃO
SONORIDADE
GIROS
TEXTO FONÉTICO
CONSOANTES E VOGAIS
EXEMPLOS ONOMATOPEICOS
PONTUAÇÃO
CONTINUO
10 ou mais sílabas
por segundo
METÁLICO
TIMBRES
LIMITADO
Consoante R
vogal I
riririririririririririri...
ATÉ
9 PONTOS
OCO
VARIAÇÕES RODADAS
LIMITADO
Consoante R
vogais O e U
rururururururururu...
rorororororororororo...
ATÉ
18 PONTOS
SEMICONTÍNUO
5 a 9 sílabas por segundo
METÁLICO
CASCABEL
LIMITADO
Consoantes L e N
vogal I
linlinlinlinlin...
ATÉ
9 PONTOS
OCO
CLOQUEOS
LIMITADO
Consoantes C,K e L
vogal O (possível a U)
cloclocloclo...
clokclokclokclok...
ATÉ
18 PONTOS
CASTAÑUELAS
LIMITADO
Consoantes C, K e  L (nunca CH)
vocal A
claclaclacla ...
clakclakclakclak...
ATÉ
9 PONTOS
AQUOSO
TIMBRE DE AGUA
LIMITADO
Consoantes B, L e possível S final
vogal I
blibliblibliblibli...
degenerado: bisbisbisbisbis...
ATÉ
9 PONTOS
AGUA SEMI-LIGADA
LIMITADO
Consoantes B, G, L e W
vogais O e U (possível a A)
blobloblobloblo...
blublublublublu...
ATÉ
9 PONTOS
DESCONTÍNUO
4 ou menos sílabas por segundo
METÁLICO
CAMPAINHA
LIMITADO
Este giro encontra-se unicamente limitado por a necessidade do som acampainhado, que exige a terminação em N, NG o NK.
tan tan tan, tank tank tank,
ton ton ton, tonk tonk tonk,
tlan tlan tlan, tlank tlank tlank,
tlon tlon tlon, tlonk tlonk tlonk
ATÉ
9 PONTOS
METÁLICO
E
OCO
FLÓREOS
ILIMITADO
Podem intervir no seu texto todas as consoantes e vogais
tuiotuiotuio, doilidoilidoili,
tuilotuilotuilo, piyiyopiyiyo...
ATÉ
27 PONTOS
FLÓREOS LENTOS
ILIMITADO
Igual aos floreios, a única diferença está na  cadência de emissão mais pausada nos  lentos por alargar as vogais.
tuiiio tuiiio tuiiio, doooili doooili...,
tuuuilo tuuuilo tuuuilo, tuiii tuiii...
taa taa taa, cueeeli cueeeli cueeeli,
tiroliiio tiroliiio tiroliiio,
flioriiio flioriiio flioriiio
ATÉ
27
PONTOS
AQUOSO
ÁGUA LENTA
LIMITADO
Consoantes B, G, L y W
vogais O, U, I e A
blob blob blob, blou blou blou,
bloui bloui bloui, blub blub blub
ATÉ
18 PONTOS
As  VARIAÇÕES CONJUNTAS  são giros formados pela  conjunção de vários giros  simples, motivo pelo qual podem emitir-se em qualquer ritmo e ter qualquer sonoridade, assim como oferecer infinitas formas de combinação de consoantes e vogais no seu texto fonético. Sua pontuação é  de ATÉ  27 PONTOS. Geralmente dão-se como giros de ritmo descontinuo  compostos de floreio - agua, floreio - cloqueo, cloqueo - agua, etc., etc.
GIROS NEGATIVOS: As notas emitidas com RASCADA, ESTRIDENCIA ou NASALIDADE, subtraem (ATÉ 3 PONTOS CADA DEFEITO), à respectiva pontuação.


Fontes:
·        Cabello Pedraza, Francisco. Estandar e Giros do Malinois. clubmalinoisvalencia.iespana.es.    2006.
·        Estandar del Timbrado Español. Federación Ornitológica Cultural Deportiva Española. 2006.
·        Menassé, Vittorio. El Libro de los Canarios. Editorial de Vecchi. 1979.
·        Martín Espada, Miguel Ángel. Esquema del Timbrado Español. www.timbrado.com. 2006.
·        Mis Canarios. Editorial Gustavo Gili, S.A.
·        Monfort, Ramón. Melodías del Malinois.clubmalinoisvalencia.iespana.es. 2006.
·        Oms Dalmau, Manuel. Cómo Mejorar la Cría del canario. Ediciones Sertebi. 1977.
·        Pérez y Pérez, Félix . Bases Biológicas y de Aplicación Práctica de la Canaricultura. Reus, S.A. 1972.
·        Roberti, Marina. Cria Moderna de los Canarios. Editorial de Vecchi. 1971
·        Rodríguez Cardeña, Ángel. www.foespa.com. 2006.
·        Villalobos, Braulio. Canarios de Color. www.lawebdelcanaricultor.com. 2006

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