19 de maio de 2013

Como obtive um pássaro de 94 pontos



Por: Francisco García

 
No ano de 2000 tive a sorte de criar uma equipa de pássaros, Canários Timbrados Espanhóis, que obtiveram muitos bons resultados pelos concursos que passaram. A equipa era formada  pelos portadores das  anilhas desse ano 250-R 32, 33, 34 e 35. Os seus pais procediam do criador Antonio Orta Mateo, de Saragoça, e chegaram a mim, a princípios  de 99, através de Vidal Muñoz Iglesias de Ecija, com a recomendação  de os  acasalar  tal como vinham, um macho e  duas fêmeas  todos nascidos no ano  98. No ano de  99 não consegui  tirar nenhuma cria com eles, os ovos saíram todos  goros ou pássaros  mortos  dentro do ovo, a  finais  de Junho ainda  consegui  criar um que morreu  durante a  muda, pensei que fosse por falta de adaptação ao seu novo ambiente ou que os pais tivessem muita  consanguinidade.

No ano de  2000 voltei a juntá-los e nesta altura o resultado foi tirar 8 crias  de uma das fêmeas e uma  de outra  que, por acaso morreu. Das  8 os  primeiros 7 saíram  machos  e  uma fêmea, a da outra fêmea  saiu também fêmea.

Esta  equipa  passou  por 8 concursos e foi  avaliada  por sete juizes diferentes, chegando um deles a desclassificá-la  de  insuficiente por não ter timbres. A  pontuação  media individual obtida nos outros concursos oscilou  entre 90 e 91 pontos, sendo a  pontuação  mais baixa de  89 e a  mais  alta de 94. A  pontuação  na  equipo mais baixa foi de 360 pontos  e a mais  alta de 372. Entre os juizes  estavam representadas as duas  tendências  actuais, por todos conhecidas, chegando ao  extremo de um deles os desclassificar  por insuficientes e o que lhe deu  372 pontos por equipas com  20 em floreios e  floreios lentos e de 21 a 24 pontos em variações  conjuntas, 3 em timbres e  0 em rodadas e  timbres de água. Os outros também  pontuaram bem, destacando-se os floreios e  conjuntas mas sem chegar  a dar-lhes tantos  pontos,  a diferença foi repartida entre as rodadas e os timbres de água.

Os  4 pássaros que formaram a  equipa  de campeões  pertenciam à primeira  postura, de 4 ovos, do mês de Março.

Os  três irmãos  machos da outra postura desenvolveram um canto de menor qualidade, talvez, os tivesse metido nas gaiolas de canto  antes de tempo.

Por tudo isto  considero oportuno escrever este artigo  no  qual tentarei fazer um apanhado desde que comecei a preparação para a criação  até  ao fim dos concursos.

Preparação  para a criação. Distribuição dos pássaros

Uma  bateria vertical de quatro gaiolas de metro, em  cada gaiola um macho com as duas fêmeas correspondentes separados pelos separadores de barrotes. Além disto noutra gaiola de metro havia duas fêmeas que utilizei  como madrastas, num  total de 10 fêmeas e  4 machos, com três linhas de canto diferentes, a procedente do Sr. Orta e outras duas  que levava criando fazia    algum tempo.

Aumento das horas de luz

A partir de  1 de Janeiro fui aumentando as horas de luz, com luz artificial a razão de  15 minutos por  semana até chegar às  12 horas de iluminação diária, o aumento de luz fi-lo pela manhã com um relógio que acendia a  luz e ligava o rádio ao mesmo tempo, a  luz apagava-se enquanto  a  luz natural fosse  suficiente  e  o rádio  a funcionar até ao entardecer,  sintonizado  numa estação que só emitia  música clássica.

Tratamento medicinal

Receberam  tratamento  medicinal  segundo o calendário seguinte:

1 de Janeiro Vermicida.
2 a  6 de Janeiro Anti-estresse.
7 a  11 de Janeiro Complexo B.
12 a  16 de Janeiro Anti-estresse.
17 a 21  de Janeiro  Complexo B.
21 a 26 de Janeiro  Anti-estresse.
27 a 31 de Janeiro  Complexo B.
1 a 20 de Fevereiro AD3E.

A partir desta data  20 dias de descanso e  depois  três dias AD3E e dois dias Vitamina E e dois dias de descanso,  até  que se faça a última postura, que é a segunda.

A  21 de Fevereiro  retiro os machos e leve-os  a outra  habitação em que há as mesmas condições de luz e temperatura  e levando-os  às fêmeas da  seguinte maneira: na última hora da  tarde levo-os a uma fêmea com a qual vai dormir, no dia seguinte pela  manhã  mudo-os para outra com a que  permanece aproximadamente uma hora, de seguida levo-os outra vez ao sitio onde estavam e faço assim até que as fêmeas ponham o quarto ovo.

As fêmeas  incubam e dão de comer sozinhas, quando as crias tiverem 15 dias  volto a deitar-lhe o macho durante uma hora por dia até à postura do quarto ovo.

Alimentação

As crias são  alimentadas com  uma mistura de papa de criação e ovo duro, brócolos e nabo germinado. Quando  começam a comer sozinhos mantenho-os  com papa de criação, já sem ovo duro, e o nabo germinado até garantir que comem alpista sem dificuldades, a partir desta altura alimento-os durante um mês só com alpista, a seguir  dou-lhe uma mistura de alpista e nabo na proporção de  75% e 25 %, respectivamente, esta pode variar em função  do  desenvolvimento do seu  canto até um máximo de 60% de alpista e  40% de nabo.

Voador

Quando os pássaros  começam a comer sozinhos, passo-os a voadores que estejam  situados  numa  habitação  contigua à da criação, pondo-lhe um rádio com música clássica todo o dia. Os  voadores são gaiolas de metro ou de 60 cm, dependendo do  número de pássaros que haja neles e em cada voador só haja irmãos de pai e mãe. Todos os voadores  estão juntos. Neste  caso concreto dos oito irmãos de pai e mãe e da meia-irmã  estavam num voador  de metro  situado  na  parte superior de uma  bateria de quatro gaiolas  iguais.

Durante a muda dou-lhes um complemento vitamínico apropriado para esta fase nas doses e tempo que indica o  preparado. Além disso observo-os  diariamente durante uma hora aproximadamente, se oiço algum pássaro que faça  giros não desejáveis separo-o.

Preparação para os concursos

A partir da terceira semana de Outubro  começo a pô-los nas gaiolas de canto e a organizar as equipas, as fêmeas ponho-as noutro sitio, as  equipas organizadas  são  postas  nas  suas caixas,  ficando  todas na  mesma habitação com  música clássica durante todo o dia. Esta habitação  tem uma vantagem com  persiana que permanece fechada todo o dia, as caixas   permanecem  destapadas  a maior  parte do dia,  por volta das três  da  tarde tapo-os  e  a partir das  seis vou-os  levando à cabina durante uns 15 minutos a partir daqui ficam  destapados até ao dia  seguinte.

© Francisco Garcia

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