FLOREIOS COM RIÑAS
Giros nada musicais nem melodiosos, estas notas tem um
uso especifico nos canários silvestres que lhe serve como giro de auto-defesa.
Quando se mete sangue novo de silvestre para trabalhar uma linha de canto estes
giros surgem imediatamente, mas só acontece nas gerações mais próximas do
silvestre. Este tipo de notas é considerada positivo independentemente de não constar
na ficha de julgamento nem reconhecido pela COM e também aceites pelos amantes
do canário descontinuo que são eles que mais recorrem ao silvestre para
trabalharem as suas linhas de canto. As notas com CH são dos sons mais temidos
pelos criadores. As notas onde intervem estas consoantes tal como CH, SH e TZ,
são considerados sons que soam mal e associados às Estridências. Noutras raças
inclusivamente no Malinois se a tiver é logo desclassificado e até o exemplar é
retirado do recinto de julgamento. No Timbrado as notas onde intervem esta
temida CH, sempre tem sido polémico, já que nos primeiros Códigos de Canto
contemplavam-se como sons positivos os CHAUS (floreios básicos) e os CHAS (uma
variante dentro das castanholas). Na actualidade, o Código vigente da FOE, estas
notas são consideradas positivas. Entre os antecessores dos amantes do canário
descontinuo eram considerados sons sem valor musical, propensos a estridências
e impróprios do autentico canário de Canto Espanhol, a emissão destes sons,
juntamente à emissão de ritmos continuos, foi um dos principais "cavalos de
batalha" de Antonio Drove Aza, o grande mentor do canário descontinuo.
As CH´s
Alguns
dos sons mais temidos pelos criadores de canários de canto em geral e por nós
em particular são aqueles cujo som intervém a consonante CH (incluindo sons
similares tais como sh, tz, etc). Esta consoante é considerada um som que soa
mal normalmente associado à “Estridência”.
O Código de Canto
estabelece:
Estridências:
As estridências são defeitos que consistem numa brusca
e repentina elevação de tom ou de intensidade do som de uma nota de canto, produzindo
um som alto que rompe com a linha melódica do canto.
Valor negativo: até 3 pontos
Nas notas de canto
de algumas determinadas raças, em que intervém a consoante CH são consideradas
faltas e inclusive, no caso do CHAP do Malinois, causa desclassificação e
retirada da exposição ou habitação onde se encontrem os canários à espera de
serem julgados.
No Timbrado as notas
de canto onde intervém a temida CH sempre têm sido polémicas, já que os
primeiros Códigos de Canto contemplavam como sons positivos os CHAUS (flóreos
básicos) e os CHAS (uma variante dentro das castanholas). Atualmente, o Código
vigente na FOE (com muitos adeptos na cena internacional) consideram estas
notas como positivas.
Os nossos
antecessores sempre as consideraram notas de canto sem qualquer valor musical,
propensas a estridência e impróprias do autêntico canário de Canto Espanhol, e
mais ainda, a emissão destes sons foi, junto à emissão de ritmos contínuos, um
dos principais “cavalos de batalha” de Antonio Drove Aza e todos aqueles que
partilhavam estas ideias em relação ao nosso canário.
Muitos se tem
escrito desde os anos cinquenta sobre estes sons, tanto a favor como contra.
Talvez, na maior parte dos casos, de forma bastante dogmática; o que levou
tanto a defesas como a ataques, como mínimo, exacerbados.
Mas há que perguntar
se as CH´s são negativas intrinsecamente e se é justificada essa obsessão que,
todavia hoje, há muitos criadores que presenciam esses sons no canto de seus
canários. Não é estranho ouvir criadores que reprovam seus canários, e que até
dizem que são espetaculares, por emitirem “CH”, ou criticar em concursos
canários premiados que supostamente emitiam alguma nota de canto não só com
essa “terrível” consoante, mas com uma mera ressonância da mesma nalguma passagem
da canção.
Chama-se
especialmente à atenção dessa autêntica fixação com as CH´s, especialmente
quando na atualidade assistimos a uma clara permissividade com outros sons tão
negativos ou, como mínimo, igualmente perigosos como são os sons sesgados e os fanhosos,
conduzindo alguns canários às rascadas e nasalidades.
Atrevo-me a dizer
que, ao que muitos consideram certos sons sesgados como não intrinsecamente
negativos, as CH´s não são negativas por si. É certo que se tem que
evitar e que, entre dois exemplares de qualidade, sempre é preferível eleger o
que não emita este tipo de sons, mas não quer dizer que na atualidade esteja
justificada essa “caça às bruxas” dos velhos tempos. Algumas décadas atrás as
CH´s representavam um sério e grave problema, mas hoje em dia, salvo algumas
exceções à regra, os nossos canários já não emitem esses insuportáveis estalos
em CHAU CHAU, CHAS CHAS, etc., isto porque o criador está suficientemente
informado, ou pelo menos deveria de estar, para o caso de um canário emitir este
tipo de notas, o deve entregue imediatamente na loja de pássaros ou oferecê-lo a um
amigo ou familiar.
Atualmente as CH´s
que emitem os nossos canários costumam ser residuais e meras ressonâncias em
determinados sons cloqueados ou nalgumas variações conjuntas, sons estes que
não rompem a melodia do canto. Alguns dos sons arrouxinolados os mais
apreciados em nossos canários levam uma implícita e certa sonoridade CH, mas
parece que neste caso é considerada boa porque intervém num som de beleza
musical inquestionável que nos transporta à beira de um riacho num entardecer
de primavera.
A CH é negativa
quando rompe a melodia ou quando incorre em estridências, quer dizer, quando se
produz:
“Uma brusca e
repentina elevação de tom ou de intensidade do som de uma nota de canto,
produzindo-se um som alto-sonante que rompe com a linha melódica do canto”. Se o som em que
intervém a consoante CH não rompe com a linha melódica do canto não é um som
negativo. No caso de ser fruto de uma deficiente dicção, sempre e quando, repito,
não incorre em estridência, poderá ser uma nota de canto deficiente e, como
tal, não pontuável, mas não negativa.
Sirvam estas
palavras para convidar os nossos criadores a refletir sobre um dos “dogmas” de
nossa canaricultura. Porque é que um som em que intervém a consoante CH serve
para desacreditar, por si só, um exemplar e, por outro lado, quando escutamos
um som roçado ou fanhoso o consideramos como bom? Entenda-se que me refiro a
sons que, sem terem uma dicção adequada, não constituem todavia estridência,
rascada ou nasalidade.
Por: Miguel Angel
Martín Espada
Reñideros
em Timbrados Descontínuos
A experiencia nestas andanças dos canários, em relação ao seu canto e
diferenciando uns de outros, atrevo-me a dizer o seguinte:
Todos os pássaros, são territoriais, e exteriorizam-no em seus cantos e
com sons mais ou menos diferenciados do seu estilo de canto, utilizando-os para
cortejar a fêmea, para marcar seu território, para ameaçar seus oponentes e até
para educar e marcar os possíveis perigos que espreitam a sua descendência ou
criação.
Quem já tenha escutado os pássaros silvestres, em liberdade e segundo a
época do ano, com toda a certeza que ouviram essas diferenças em seus cantos,
no cortejar da fêmea, fazendo ou marcando o seu território ou quando tenha que
ameaçar ou amedrontar o seu oponente; com toda a certeza que os companheiros
que criam o silvestre podem afirmar estas observações.
Pois bem, transportadas estas observações, para o canto do Timbrado
Descontinuo, e como fruto do resultado do refresco de sangue do canário
domestico, com o canário silvestre, aparecem no domestico estes instintos
naturais , que dão origem à decomposição da melodia intercalando esses pequenos
mas desagradáveis grunhidos, a que chamaram “ riñas ou reñideros “ , e segundo
se consta, por manifestações feitas públicas, por uma grande maioria de
criadores desta especialidade, que esta riñas ou reñideros foram promovidos por
alguns criadores Asturianos.
Na minha opinião pessoal e segunda a zona de Espanha que tentou
dulcificar este grunhido, chamando-lhe singelamente "riñas” eu acho que
por lhe tirarem a gravidade do nome o que conseguiram foi em vez de querem
dizer “RIÑA” parece que queriam dizer era “ CONSELHO “ isso sim, mas com muita
convicção.
A mim não me tiram do assombro, que para qualificar a canção de um
canário, sua música, sua melodia, sua maneira de dizer, tenham que aparecer alguma
ou outra repreensão, ainda que algumas pareçam “conselhitos” de adulto para
criança. (não deixa de ser curioso)
Nestes dois artigos cada autor defende a sua dama, em relação a este
assunto e de acordo com o meu gosto pessoal qualquer destes sons não são do meu
apreço, tanto as notas com CH ou os floreios com RIÑAS.
Autor: Pepe Galan
Publicado por: José Luis Bueno
Tradução e publicação para português: Diogo Santana
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