9 de junho de 2012

Ideias e critérios de criadores e juizes de timbrado


A realidade dos cruzamentos

Por: Francisco Aroca


A realidade dos cruzamentos e suas vantagens, ainda que não sejam partilhadas por outros aficionados, que são mais conservadores, o que respeito mas não partilho.
Vou passar a redatar um facto real, baseado sobre um cavalo do norte- americano ou mustangue, foram introduzidos os cavalos neste continente, como vocês bem sabem pelos colonizadores espanhóis, pois não existiam neste continente. O mustangue é um cruzamento de cavalo hispano árabe, no filme no qual se relata a historia deste cavalo, chamado “oceanos de fogo” onde vocês podem ver, está baseado em factos reais como expressei anteriormente, no final deste filme, onde se comenta todas as façanhas deste cavalo mustang, ganhador no seu País, de corridas de largas distancias. Este cavalo foi competir numa corrida no deserto da Arábia, com os puros sangues árabes. Os árabes a este cavalo mustang, chamado pelo seu dono de fidalgo e de cor mesclado, como vocês bem sabem é por ser manchado. Nos canários como bem sabem os aficionados os manchados ou de duas cores diferentes, lhes chamam pios.
Os árabes a este cavalo por não ser para eles uma raça pura, lhe chamaram impuro e acontece que este cavalo para eles impuro, nesta famosa corrida que se celebrava como disse anteriormente nos desertos da Arábia, ganhou a todos os puros sangue árabes e tiveram que aceitar e reconhecer o grande mérito deste grande cavalo munstang ou mustangue, aqui tem vocês o resultado dos bons cruzamentos, se forem positivos tratamo-los bem geneticamente para que não se perca esse grande potencial genético, se os resultados não forem bons deixa-se essa seleção feita pelo homem e outra coisa será.
Toda a seleção genética que aporta qualidade para o que cada criador deseja, para melhorar a sua raça, bem-vindo sejam, como sempre digo a mim que mais me dá se um canto timbrado espanhol tem cruzamentos, se encima de uma mesa é um genuíno canto timbrado espanhol e eu neste caso como criador também decido que é e os juízes nos seus julgamentos o certifica que é um canto timbrado espanhol, porque estão dentro do código ou standart e ficha de julgamento desta raça de canto, aqui o que importa são os resultados genéticos e não os seus cruzamentos por esta regra de três, qual é a consequência , origem e com que cruzamento surgiu o roller alemão e o malinois belga. Don Rafael Martínez Morgado deixou bem claro e bem explicado no seu artigo que vem na consequência de cruzamentos com serinus de canto e logo seleciona onde queira cada criador, depois se encima de uma mesa, estamos ouvindo um bom canto roller, umom canto malinois e se adaptam como o canto timbrado espanhol, ao código ou standart, cada qual da raça e de sua ficha de julgamento e os criadores destas raças de canto e também os juízes destas raças de canto certificam que cada qual em sua raça são autênticos e genuínos malinois, roller e canto timbrado espanhol, não tenho mais a dizer sobre este tema dos cruzamentos.
Cultivemos todos os criadores, neste caso de canto com uma boa genética e seleção, para melhorar nossos exemplares, com uns bons dotes canoros como uma boa voz, descontinuidade e dicção ou ser mais pausado, harmonia e musicalidade. Se a consequência são os cruzamentos desta raça de canto, para melhorar a nossa própria raça bem-vindo sejam, que decida cada criador se quer cruzar para melhorar seus exemplares, os que são mais conservadores e estão contra os cruzamentos e estão o seu pleno direito, que não cruzem e todos ficamos felizes, vivemos e deixamos viver.
Uma saudação a toda a “afición” de Francisco Aroca.

Nova raça de canários de Canto Descontinuo

Autor: Vicente Jerez Gómez-Coronado
Badajoz, Janeiro 2011

INTRODUÇÃO:

Desde a aprovação do Canário Timbrado Espanhol em Bruxelas, no ano de 1962, pela C.O.M., como a terceira raça de canário de canto, esta evoluiu de uma estética onde os notas contínuas tinham um papel preponderante e os jovens canários aprendiam o canto dos adultos, até hoje, que predomina uma estética descontinua e lenta, isolando auditivamente os jovens canários do canto do macho adulto durante o desenvolvimento de seu canto: o chamado “inatismo do canto”. Embora estes canários assim criados, frequentemente tenham um repertório muito curto e carente de musicalidade (canários “curtos” e “fraseadores”).
Uma parte dos criadores desta estética descontinua, apresentaram este canário à C.O.M.-E. para ser reconhecido como a quarta raça de canário de canto o Canário de Canto Espanhol Descontinuo, baseando-se na sua descontinuidade e lentidão, e a criação fundamentada no “canto inato”, que exclui a educação com um maestro adulto, chamado na gíria, o canário “Descontinuo não educado”.
Como é e se desenvolve o canto dos pássaros cantores, incluindo os canários, é um tema muito estudado por importantes investigadores no campo da Neurociência, pois a forma como os pássaros cantores adquirem o canto, constitui um modelo experimental primordial para o estudo de como os humanos aprendem a falar, sendo uma ferramenta essencial no campo da Neuropatologia e da Clínica prática. Entre estes biólogos investigadores, é justo destacar W H Thorpe, Peter Marler, Mark Konhishi e Fernando Nottebohm, das universidades de Cambridge, Berkeley, Rockefeller e do Instituto Tecnológico de Califórnia. Todos estes Professores estudaram a forma de como se modifica o canto dos cantores quando os jovens se desenvolvem sem ouvir nenhum canto de adulto e, inclusive, depois até de lhes causar surdez, sem se quer se ouvirem a si mesmo. Eles são da opinião que este pássaro assim desenvolvido, apresenta um canto que, embora ainda elaborado, é atípico, mais simples, apático (sem musicalidade) e com anormalidades no conjunto das sílabas incluídas nas distintas frases da canção, para além disso, apresenta uma importante perda de estéreo tipicidade. É chamado nas revistas de neurociência, “Canto Não Tutorizado”.
Dos dados aqui expostos, é razoável pôr a hipótese que o canto do Canário de Canto Espanhol Descontinuo -“Descontinuo não educado”- poderia corresponder ao do “Canto Não Tutorizado” descrito no parágrafo anterior, por causa das características de seu canto e o método de criação seguido com ele, sem ouvir um modelo de canto adulto. Além disso, a concretização de um canário descontinuo, depois de ouvir um modelo de canto adulto descontinuo – Canário “Descontinuo educado”-, põe em duvida o fundamento genético da solicitude da postulada nova raça de canário de canto, e cria a discussão hipotética de saber se a nova raça deve o seu canto descontinuo a uma dotação genética distinta do Timbrado, ou de ter desenvolvido o seu canto sem ter ouvido nenhuma canção ou canto de macho adulto, “inato”, ou seja, que seria nada mais que o " Canto Não Tutorado " a que nos referimos.
Este debate levantado, é o tema deste artigo que, na minha opinião, deveria ser participativo entre os criadores; farei uma revisão da literatura científica sobre os efeitos do isolamento auditivo em relação a um modelo de canto adulto que produz vantagem sobre o desenvolvimento do canto, vou rever a evolução histórica do Canto Timbrado Espanhol, desde o clássico, ao floreado, até chegar ao descontinuo, com e sem professor e muito brevemente dar conta no debate o que de mais importante apurei e tirar algumas conclusões.

PAPEL DA NÃO AUDIÇÃO DE UM MODELO ADULTO DURANTE O DESENVOLVIMENTO DO CANTO.

Desde a antiguidade que é conhecida a capacidade que alguns pássaros tem para imitar sons, no entanto, foi W. H. Thorpe, quem demonstrou nos anos 50, que os pássaros cantores exercem esta capacidade de forma habitual, pois tem a capacidade de aprender a cantar de forma parecida aos humanos como aprendem a falar, imitando modelos de canções que lhe proporcionam os adultos. Observou que os tentilhões comuns aprendiam a cantar de modelos adultos uma só vez na vida, moldando um canto similar ao deles, justamente antes de conseguirem a sua maturidade sexual. Posteriormente ao adquirirem a sua maturidade sexual, perdiam para sempre esta capacidade de aprender. Não acontece o mesmo com os canários, já que estes mudam o seu canto todos os anos e são, portanto, aprendizes ilimitados no tempo. Todos os anos tem o seu "período critico" antes de chegar a primavera, no final do Verão e Outono e parte do Inverno. Além disso, o mesmo autor também mostrou que as aves jovens estavam relutantes em adquirir sons característicos de outras espécies canoras, favorecendo respectivamente os da mesma espécie, ou seja, mostravam uma tendência na percepção, e consequentemente na aprendizagem, favorecendo os sons da mesma espécie canora. Ele atribuiu essa tendência a um mecanismo sensorial hereditário, a que lhe chamou de “anteprojecto” inato do canto, que funcionaria como um mecanismo de filtro sensorial que filtraria determinados sons e concentraria a atenção do aprendiz para os sons característicos da espécie e descartando outros.
O conceito de “anteprojecto” de Thorpe posteriormente evoluiu para o de “Planilha auditiva”; efectivamente, foi Marler, quem a definiu como um conjunto de pautas (notas) de canto características de cada espécie, baseando-se em duas experiências. Na primeira, realizada nos anos 60, Marler observou o mesmo que Thorpe viu nos tentilhões comuns, e noutras espécies de passiformes, incluindo os canários, que os jovens machos mantidos em isolamento auditivo em relação a outros machos adultos e durante o desenvolvimento do seu canto, mantendo intacto o sentido da audição, elaboravam um canto com as seguintes características:

1) criavam canções atípicas que se desviavam, num grau variável, da canção dos exemplares silvestres da sua mesma espécie (a estrutura de algumas sílabas eram distintas das habituais ou perdiam outras usuais) .
2) mais simples (menor número de sílabas diferentes e com estruturas silábicas mais simples nas canções), ainda que elaboradas.
 3) mais inativo (diminuição da capacidade de expressar ideias musicais, podendo não dispor de frases com uma melodia característica).
 4) Além disso, apresentavam uma importante perda de tipicidade estéreo (diminuição da capacidade de repetir inalteradas as frases que formam as canções), tanto entre os diferentes indivíduos, como em cada um deles.
5) anormalidades na formação das sílabas dentro das distintas frases da canção.
A este tipo de canto chamou-lhe “Canto Não Tutorizado”. Observou que este empobrecimento do canto, de não ouvir as canções de um macho adulto, se atenuava quando estavam acompanhados de outros jovens no mesmo voador. Também observou que o isolamento auditivo, bem como a exposição abundante a sons de volume elevado, atraso na maturação do sistema de controlo de canto, prolongava o tempo necessário para alcançar a sua maturação.
A segunda experiência que realizou este autor nestas mesmas espécies de passeriformes foi a indução de surdez por lesão de ambas as cócleas (órgão sensorial que contem os receptores auditivos que permitem a percepção dos sons), em fases precoces do desenvolvimento, isso resultou em canções altamente degradadas, com resultados, semelhantes, mas mais acentuados, aos observados em isolamento acústico em relação a outros indivíduos da sua espécie.

PETER MARLER MOSTROU NUM SONOGRAMA O CANTO DE PÁSSAROS PASSERIFORMES:

Sendo a e b o registo de um adulto normal selvagem e b e c, de jovens criados por casais em isolamento de todo o canto de adulto, neste o canto era mais simples que no adulto normal, mas era mais complexo que nos jovens criados em solitário e em isolamento de todo o canto de adulto.
(Transcrição da entrevista a Peter Marler, Em “Learning to go Cheep”; New Scientist, 17 May, 1979. Reed Business Information).
Em consequência disto, Marler, comprovou que a audição do canto de um modelo adulto da sua raça é necessário para que os jovens desenvolvam um canto normal, em caso contrário, no isolamento acústico ou surdez precoce, o canto é atípico, simples, inativo, com dificuldade para formar as sílabas e pouco estereotipado. Para além disso, a presença deste canto, ainda que pobre, e apesar do isolamento auditivo de um modelo de canto adulto e/ou da provocação de surdez precocemente, surgiu a Marler a ideia de uma "Planilha auditiva herdada ou inata”, ou seja, um conjunto de pautas ou notas de canto inato, características da espécie. Por outro lado, o facto de encontrar uma maior variação do canto, entre e dentro de cada individuo, notou que essa Planilha inata era muito rudimentar ou elementar para permitir tão grandes variações no canto: a “Planilha” consistia numas escassas instruções que se transmitiam às vias motoras do canto, assim, como em hipótese alternativa à “Planilha auditiva inata”, o mesmo Marler apontou para a existência de “programas motores inatos” que especificariam instruções muito gerais às vias motoras vocais e produziriam um canto rudimentar, com algum grau de especificidade com a espécie e um alto grau de variação 15.
No entanto, foi Konishi, também nos anos 60, o primeiro a formular o conceito de uma “Planilla auditiva adquirida” como um principio geral de aprendizagem das aves cantoras através da imitação de um modelo adulto. Experimentou, também, induzindo a surdez completa nas aves, em sucessivos estados evolutivos do canto destas, desde estados muito precoces até à cristalização do canto. Konishi observou, como Marler, um padrão de canto muito atípico, simples, inativo, com dificuldade para formar as sílabas e pouco estereotipado, quando a lesão auditiva se produz em estados precoces do desenvolvimento do canto, independentemente da experiência auditiva prévia, enquanto que conservavam um padrão de canto mais estável e estruturado quando a lesão se produz depois da cristalização do canto. Destas observações deduz que, a audição do canto de um modelo adulto por um aprendiz é identificada, codificada e memorizada por este, servindo de Planilha de julgamento ou guia para o desenvolvimento da vocalização do seu canto, o normal funcionamento das vias motoras reguladoras do canto não são suficientes para o desenvolvimento totalmente normal do canto, pelo menos, fazem falta estímulos auditivos que a ave cantora deve memorizar,a privação de uma experiencia auditiva tem um efeito negativo determinante no desenvolvimento do canto, será mais importante quanto mais precocemente se realize essa privação, perde as características típicas da espécie, é mais simples, mais inativa, ainda que elaborada, e apresenta dificuldade para formar as sílabas e uma importante perda de tipicidade estéreo, entendeu que era essencial a existência de um “feed-back auditivo”, mecanismo de retro alimentação que permite ouvir o pássaro cantor o seu próprio canto e modular a sua execução, em função de como seja dita a audição. Isto acontece perante a comparação entre a “Planilha de julgamento” auditiva e a canção vocalizada, que surge, o Erro Acústico, que possibilita a conversão fiel das canções memorizadas nas canções executadas. Esta última afirmação deduzida da comparação de um canto mais anormal, mostrado por pássaros com menor duração de experiência auditiva antes da lesão coclear, em relação a um canto mais estável mostrado por aquelas aves nas que a lesão coclear se produz uma vez cristalizado o canto. Efectivamente, a disponibilidade durante mais tempo da função auditiva e do “feed-back auditivo”, possibilitaria, além da memorização do modelo adulto, a comparação desse canto memorizado com o que desenvolve a ave, orientando-a para a igualdade de ambos.
Os estudos citados, mostram que o sistema de canto dos canários forma um todo complexo que abrange os órgãos fonadores e um “Sistema de Controle do Canto”, que inclui os núcleos cerebrais relacionados com o canto e o sistema hipotálamo-hipofisario-genital, todos regulados por um conjunto amplo de genes, que constituem o genótipo canoro. Este Sistema de Controle do Canto sustenta os “Mecanismos básicos do canto”: Planilha de Julgamento Auditiva, Feed-back Auditivo, Erro Acústico, Modulação hormonal dos núcleos cerebrais e Neurogéneses, e Período crítico de aprendizagem. Este genótipo canoro que controla o Sistema de Controle do Canto, prevê a audição de um canto de adulto para o desenvolvimento do canto, e no caso contrário – como fica provado não funciona de forma normal e dá lugar a um canto anormal, pobre, amorfo, com difícil formação das sílabas e escassa estéreo tipicidade, mas não os expressa melhor ou seja, a ausência de audição tira eficiência ao canto desenvolvido. Podemos concluir que a influência da audição sobre o desenvolvimento do canto, não só não impede a expressão dos genes de canto, mas como também não as traduz melhor. Em sentido contrário, o “inatismo do canto” dificulta a expressão dos genes.
 ESQUEMA DO GENÓTIPO CANORO E DO “MODELO DE APRENDIZAGE, DESENVOLVIMENTO E MANUTENÇÃO DO CANTO DO CANÁRIO:
O canto de um modelo adulto é ouvido, codificado e memorizado nos núcleos tele encefálicos anteriores do aprendiz, dando lugar à “Planilha Auditiva”: Fase sensorial da Aprendizagem. Estes núcleos, também são capazes de comparar essa Planilha com o canto vocalizado pelo próprio canário, detectar as diferenças ou “Erro Acústico” e dar “Instruções” aos núcleos motores para adequar o canto vocalizado à Planilha Auditiva: Fase sensorial-motora da Aprendizagem. As conexões que possibilitam que a canção vocalizada seja ouvida pelo próprio canário, permitem a sua comparação com a Planilha Auditiva e elaboram instruções para modificar a vocalização, formando o “Feed-back” auditivo, necessário para a aprendizagem durante a Fase sensorial-motora, e para a manutenção do canto.
(Modificado de M S Brainard. Ann N Y Acad Sci. 2004; In: Behavioral Neurobiology of birdsong. An NY Acad Sci, 2004. Philip H and Marler P, Eds.1016: 377-399).
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CANTO DO CANÁRIO TIMBRADO
CLÁSSICO, FLOREADO E DESCONTINÚO, SEM PROFESSOR E EDUCADO:
Em 1954 a Associação de Canaricultores Espanhóis confeccionou, partindo dos Canários do País, um Código de Canto e baptizou-o como raça e com o nome de Timbrado Espanhol. Foi em Bruxelas, no ano de 1962, durante e no decorrer do "X Campeonato Mundial da C.O.M.", e com o pedido da A.C.E., foi quando por fim se reconheceu internacionalmente o Timbrado Espanhol. Desde então sucederam-se até hoje, diversos Códigos de Canto através das sucessivas Comissões Técnicas de Canto Timbrado Espanhol, configurando-se uma evolução na postura do canto deste canário. Foram os criadores chamados “floristas” que possibilitaram uma mudança desde uma estética ou forma de “canto contínuo” onde predominavam as notas continuas, Timbres e Rodadas (rulos), a outra foi o “canto semi-continuo”, com o auge dos floreios e Floreios Lentos e a depreciação das notas continuas, até se chegar ao ponto da sua exclusão. Inclusive mais tarde, também se depreciaram os Cloqueios e Castanholas como notas semi-continuas: assim se seleccionou preferentemente um canto com Floreios Lentos e Variações Conjuntas – e até estas últimas também se foram perdendo -, chegando-se a um canário baseado quase exclusivamente num “canto descontinuo”, com um canto baseado em Floreios e Floreios Lentos, sem notas contínuas, com uma escassez de semi-continuas e também de Variações Conjuntas, portanto, com um repertório curto, apesar de se dizer, que interessa mais a qualidade que a quantidade das notas, e frequente ausência de musicalidade, que foi substituída por cadências “como automatizadas” (Diz-se que é um pássaro "fraseador"). Neste ponto, alguns dos protagonistas deste canto descontinuo, agrupados em diversas associações, solicitaram através da F.O.C.V.A., o reconhecimento à C.O.M.-E. como quarta raça de canário de canto o “Canário de Canto Espanhol Descontinuo”, baseando-se na sua descontinuidade e lentidão numa voz que se situa em registos tonais medio-altos e moderadamente altos, com a qualidade de serem predominantemente brilhantes, e dando ênfase de destaque às notas compostas, através do processo de seleção chamado de “inatismo no canto”, que exclui a educação com um modelo de canto adulto.
Há que notar que paralelamente a esta evolução descrita do canto do Timbrado, foi iniciado e generalizado entre os criadores que seguindo este processo - até se normalizar entre eles, o isolar auditivamente os jovens canários durante o desenvolvimento de seu canto, do canto do macho adulto.
Também é significativo o surgimento nos últimos anos de um canário Timbrado que se ajusta à estética de descontinuidade no canto, que apresenta um canto descontinuo, lento, sem notas continuas, com abundâncias de floreios e floreios lentos, com um repertório mais amplo (conservando os cloqueios, castanholas, cascavéis e campainhas.), maior estéreo tipicidade e musicalidade no canto. Curiosamente, estes canários desenvolveram o canto ouvindo um CD com um canto elaborada a partir do canto de diversos canários, em que se eliminaram as notas continuas e se representa um canto descontinuo. Este facto põe em dúvida o fundamento da solicitação da postulada nova raça de Canário Descontinuo, criando uma discussão quanto à admissibilidade desta nova raça devendo o seu canto descontinuo, lento, "curto" ou pobre, carente de musicalidade e estéreo tipicidade ser uma dotação genética diferente do Timbrado, ou ter desenvolvido o seu canto sem ter ouvido qualquer canto de macho adulto?
DEBATE LEVANTADO COM O CANÁRIO DESCONTINUO:
Este debate é baseado numa única questão: qual é o canto do canário descontínuo que corresponde a uma nova raça com uma dotação genética diferente do Timbrado, ou melhor, a um Timbrado de canto, " Não Turorizado " por ter desenvolvido o seu canto sem ter ouvido qualquer canto de macho adulto?
Esta pergunta tem uma fundamento e propomos um método para lhe responder.
Este fundamento é duplo. O primeiro é a observação e descrição exaustiva da literatura científica sobre a associação entre o método de desenvolvimento do canto com o isolamento acústico em relação ao canto de um modelo adulto da raça (circunstância esta que ocorre no Canário Descontinuo "Não Educado") .
E o aparecimento do "Canto Não tutorizado": canto anormal, pobre, inativo, com difícil formação das sílabas e escassa estéreo tipicidade.
O segundo fundamento é a evidente semelhança entre este "canto não tutorizado" e o canto dos canários descontínuo "não educados", esta similaridade que podemos apreciar ao ouvir uma grande parte dos exemplares apresentados em nossos Concursos.
No que respeita ao método e para responder à pergunta, proponho a realização de um estudo experimental bem elaborado sobre um grupo de canários machos da nova raça de “Descontínuos” que sejam distribuídos aleatoriamente em dois subgrupos: um subgrupo isolá-lo acusticamente de todo um modelo de canto adulto, o outro dar-lhe a ouvir um modelo de canto adulto “Continuo”. Esta experiência também deve ser feita ao mesmo tempo e do mesmo modo com outro grupo formado com canários “Contínuos” e também distribuídos em dois subgrupos aleatoriamente: sobre um isolá-lo também acusticamente de todo modelo de canto adulto, e o outro dar-lhe a ouvir um modelo de canto adulto, mas “Descontinuo”.
Se ao analisarmos os resultados comparativos dos canários “Descontínuos” e “Contínuos”, e constatarmos que os primeiros cantam como tal, com e sem a audição de um modelo de canto “continuo”, e os segundos não, teríamos demonstrado a evidência da natureza genética da descontinuidade analisada e rejeitado a hipótese do canário “Não Tutorizado”. A C.O.M.-E. teria o caminho livre para a sua aprovação, e todos os aficionados aplaudiriam. Em caso contrário deve-se entender que o canto do canário Descontinuo não corresponde a uma nova raça, senão ao canto “Não Tutorizado” do Timbrado.
Por outro lado e como vimos anteriormente, fica evidenciado na bibliografia referenciada que o método de criação com isolamento de audição de um modelo adulto, o “innatismo”, é anti fisiológico, não é eficiente e dificulta a expressão do genótipo canoro. Seria para a canaricultura como é para o atletismo privar um atleta durante a sua formação, do contacto com outros corredores mais experientes e até mesmo de um treinador, só pelo simples facto de ver “ a originalidade de seus movimentos” durante a corrida.
Pelos motivos acima expostos, parece-me que o mais prudente e sábio para a promoção da perfeição e beleza do canto de nossas pássaros, bem como para proteger a liberdade dos criadores, considerar em pé de igualdade os canários "educados" e "não educados". O criador que "eduque", terá a segurança de que o canto de seus canarios se reflete na sua dotação genética. O criador que "não eduque" tem a opção de atenuar as carências do canto colocando no voador vários machos juntos, que são acompanhados, esperar algum tempo até que eles completem a maturação mais tardia do seu canto, e depois "modular", se assim o desejar e segundo a arte de os isolar auditivamente a seu tempo e de forma hábil: tudo isto é válido para todos aqueles que preferem a beleza de canto do canário "não educado”.
 CONCLUSÕES:
1) Existe uma convergência geral de todos os criadores – com excepção da F. O. E. - na preferência de uma estética de canto descontínuo para os canários Timbrados.
2 Existem dados mais que suficientes para formular fundadamente a dúvida de que o "Canário de Canto Espanhol Descontinuo" corresponde a uma raça com dotação genética, distinta à do Timbrado, ou é um Timbrado com um canto “Não Tutorizado”.
3) Para se tirar esta dúvida, tem que se fazer um trabalho experimental bem elaborado, igual ao que se propõe neste artigo. A aprovação da nova raça descontinua, procedente do Timbrado, por parte da C.O.M., logicamente, a sua opinião se baseará num estudo piloto, igual ao descrito anteriormente neste mesmo artigo.
4) O genótipo canoro dos canários prevê que estes desenvolvam o seu canto mediante a imitação do canto de um modelo adulto; para isso os seus genes desenvolvem o órgão fonatório e um Sistema de Controle do Canto, que sustentam os mecanismos básicos do canto, que tenham com a audição de um canto adulto; ou seja, que esta audição favoreça a expressão dos genes do seu canto.
5) O método de criação de canários com isolamento auditivo em relação a um modelo adulto (“inatissimo”), deve ser considerado como anti fisiológico, pois: a) não é um método eficiente para desenvolver o canto (produz um canto anormal, pobre, inato, com difícil formação das sílabas e escassa estéreo tipicidade); b) dificulta a expressão no canto do genótipo canoro; e c) não é necessário para obter um canto descontinuo, como mostra o canto descontinuo dos canários “Descontínuos educados”.
6) Em consequência, não há razões biológicas nem formas objectivas para não considerar em pé de igualdad o canario “educado” em relação ao “não educado”.
7) Embora, a margem dos dados biológicos, da canaricultura se movimentem no âmbito da forma subjectiva e da liberdade do criador; por consequência, é a vontade destes criadores que se deve primar na formação do canto de nossos canários (“educado” ou “não educado”), e as Associações e Federações serão os seus defensores.
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Opinião pessoal sobre o canário silvestre

Por: Francisco Aroca Montolio

Vejo que você dá a sua opinião sobre o canário silvestre e que acho que é boa e respeito. Agora permita-me que lhe dê também a minha opinião pessoal sobre o canário silvestre, também me parece fundamental nesta vida o respeito pelos outros que não tenham o mesmo critério, o respeito é fundamental entre os seres humanos sem tentar depreciar ao que pensa de forma diferente.
Tenho que lhe dizer que a minha linha de canto timbrado espanhol actualmente tem nove ou dez gerações de canário silvestre, bem como todos bem sabem e como eu já disse várias vezes, com outros cruzamentos que eu pensava oportuno para melhorar geneticamente os meus canários. Tento, igual a muitíssimos outros criadores, incorporar os meus cruzamentos com o melhor de cada exemplar para obter o máximo potencial genético de cada um deles e fazer um pássaro que cante a meu gosto e não ao gosto de um certo juiz e, portanto, melhorando as qualidades genéticas de pássaros que eu quero. Na minha casa entraram cruzamentos de canários silvestres porque eu vi que eles poderiam contribuir com algo positivo e também ter a sorte de alguns meus amigos terem incorporado alguns canários silvestres com fêmeas e machos da minha linha, portanto tenho ganho muito e avançado, por saber de onde vêem. Vários amigos meus deram-me 8 canários silvestres puros, para lhes observar as suas aptidões canoras e nenhum deles vi condições óptimas para os cruzar com algumas de minhas fêmeas, saiba você se qualquer um deles tivesse visto qualidades canoras e ao mesmo tempo genética que eu quero para poder ser um bom progenitor, tinha-lhe posto a melhor fêmea de minha casa. Para poder começar um bom trabalho desde o principio, não era possível, pois eram uns pássaros com um a siringe e sacos aéreos que não eram óptimos para as minhas exigências canoras e também genéticas. Eram passaritos muito nervosos com um ritmo de canto bastante acelerado ou rápido, recortando muito o canto por carecerem, como disse anteriormente, de uns bons sacos aéreos e uma boa siringe. Como você bem sabe, estas qualidades transmitem-se geneticamente , como é óbvio, trabalhando-as com uma linha de canto timbrado espanhol com alguma qualidade aceitável, e com o tempo ao afastar-se muito do canário silvestre, melhorar os seus dotes canoros, e assim, cada criador vai tirando partido desses cruzamentos. Faço-lhe a seguinte pergunta, se para você o canário silvestre é uma maravilha, o que para mim é muito respeitável, porque não se fez ao longo da história um código Standard e ficha de canto para este passarito como fizeram para o roller, o malinois e para o nosso querido canto timbrado espanhol e outras raças de silvestres que como você bem sabe tem o seu código de canto e ficha de julgamento como é o caso do pintassilgo, do pintarroxo, da milharinha ou chamariz, do verdilhão e do tentilhão? Eu posso-lhe dizer porquê, porque o canto é normalíssimo e não tem aptidões canoras suficientes para que se possa fazer um código e Ficha de Julgamento. Este passarito costuma ser mais utilizado é para renovar sangue. Você sabe! Que quando ouvi este pássaro cantar pela primeira vez fiquei bastante decepcionado, esperava ouvir uns bons cloqueios, umas boas águas, umas boas compostas ou variações conjuntas, umas boas castanholas, uns bons cascavéis, etc.etc.etc,
e ainda muito menos ouvir, como alguns técnicos dizem, esses floreios espectaculares tipo rouxinol, melro, etc.etc.etc, pois nada de nada, contudo desses simpáticos passaritos só lhes resta alguns timbres bons e outros maus, riscadas nem lhe conto, de “ch” e renideros nem te digo, mas nesta vida tudo se tem que respeitar , quem os tiver por bem que os utilize e os trabalhe e os cruze e àqueles que não lhes interesse trabalhar nem cruzá-los muitas vezes, são na mesma respeitados. Saiba você que a minha pouca experiencia com os cruzamentos da milharinha ou chamariz, como bem sabe, é da família dos serinus e portanto fértil, sabendo-a trabalhar e sabendo realizar bons cruzamentos, se pode chegar a um resultado igual ou melhor que cruzando com um canário silvestre, portanto deixamos que cada criador cruze ou não cruze com o que julgar conveniente e que seja feliz, sempre será o juiz o mais adequado par ouvir o exemplar encima da mesa e aplicar o código que estudou e não o seu código pessoal, se é um canto timbrado espanhol ou não.
Um abraço a J.A. Deniz Herrera e a toda a “afición”.

História do canto timbrado espanhol doa a quem doer

Por: Francisco Aroca

Ricardo Gutiérrez Alvarez vs Francisco Aroca Montolio

Para começar até hoje a única raça de canto reconhecida em Espanha e em todo o mundo e pela COM é a nossa raça de canto timbrado espanhol, creio que é justo lembrar os seus artífices e criadores embora tenham existido outros criadores que se tenham destacado nesta raça de canto mas nunca os verdadeiro artífices e criadores do canto timbrado espanhol, do seu código e standard e ficha de julgamento como foram: Don ANGEL SALIDO LEAL, Don SERRANO PEÑASCO, Don ESTEBAN CRESPO FERNANDEZ, Don MANUEL RODRIGUEZ CRUZ e Don ALEJANDRO GARRIDO MARTINEZ. Não sei se sabes Ricardo que estes artífices e criadores do canto timbrado espanhol convidaram por várias vezes Don ANTONIO DROVE AZA para assistir à confeção do código ou standard e ficha de julgamento do canto timbrado espanhol o qual nunca assistiu recusando estes convites. Por aquilo que sei D. ANTONIO DROVE AZA foi um bom juiz de canto roller e nunca um juiz de canto timbrado espanhol. Claro, que tinha direito em dar a sua opinião sobre o que achasse conveniente como qualquer outro aficionado pode dar, fosse ou não compartilhada por outros artífices e criadores do canto timbrado espanhol, a Don ANTONIO que já não está entre nós e todos os outros artificies do timbrado que Deus os tenha a todos em sua abençoada glória. A partir deste artigo como um de tantos outros do canto timbrado espanhol quero agradecer a todos os arquitetos desta bela raça de canto por terem feito esta raça, para o desfrute dos aficionados de todo o Mundo. O canto timbrado espanhol foi apresentado por várias vezes e só foi reconhecido como raça de canto pela COM em 1957, em Bruxelas ( Bélgica) ,Ricardo queira-se ou não se queira ao longo da historia desta raça de canto houve tendências e sempre se deu importância por isso, e tu bem sabes porque foi assim e que ainda é, com o código e ficha de julgamento do canto timbrado espanhol, saíram tendências dentro do canto timbrado espanhol e modas durante muitos anos, chamaram-lhes de floreios e esta moda passou à historia e passados 4 ou 5 anos, já ninguém, se recorda daqueles passaritos chamados de floreios, agora é a moda do mal chamado descontinuo, mais uma moda e tendência à custa do canto timbrado espanhol, sei que alguns juízes e aficionados não gostam que diga estas coisas, mas para mim é uma grande verdade. No canto timbrado espanhol esta tudo inventado tem sobrevivido e vai sobreviver a estas tendências graças a uma raça chamada canto timbrado espanhol, queiram ou não queiram alguns juízes e aficionados reconhecê-lo, alguns destes aficionados estão influenciados por juízes que ao mesmo tempo estão contra o canto timbrado espanhol. Todos os juízes que estudaram o seu código ou standard do canto timbrado espanhol e quando o aprovaram impuseram ser o único a fazer parte do seu gosto pessoal e não aplicar o código que aprovaram, querendo desviar o canto timbrado espanhol, para beneficio dos seus próprios interesses e não para o canto timbrado espanhol, sempre disse e direi que alguns destes juízes que não aplicam o código da raça pela qual se examinaram e foram juízes, para mim e como aficionado não tem nenhum valor nem prestígio como tal, portanto de nova raça não tem nada de nada, pássaro mal chamado descontinuo o mesmo, cópia, plágio e diversão à custa do canto timbrado espanhol, também a mesma coisa, nada de nada, tudo isto serve para os interesses e protagonismo destes mesmos juízes que sempre aplicam o seu gosto pessoal e nunca o código da raça que estudaram e se comprometeram a respeitar, o canto timbrado espanhol.
Ricardo, vamos a mudar de tema e vamos falar desse pássaro que tu tanto falas, o canário do País ou de Vic. Para mim foi um mero feito e uma mentira da época, não havendo nada constatado ao longo da sua historia e que tem sido uma grande parafernália que tem servido de argumentos para desta maneira não reconhecerem a única e verdadeira raça de canto timbrado espanhol. Sempre se aproveitaram e se aproveitam estes oportunistas de ocasião e retratores do trabalho dos outros neste caso dos arquitectos e criadores do canto timbrado espanhol. A partir do momento em que se reconheceu a raça do canto timbrado espanhol todos se aproveitaram, ao canário do país ou de Vic e igualmente o canário silvestre, nunca lhes foi feito nenhum código de canto ou ficha de julgamento, portanto como disse anteriormente tem sido é e será uma mentira e parafernália ao longo da história. Toda esta mentira tem sido sempre para tentar destruir o canto timbrado espanhol. Ricardo continuando, vou-te dizer se tu não sabes, qual é o canário chamado do País, também raça espanhola ou como carinhosamente lhe chamam também na gíria os aficionados da canaricultura ou ornitologia, por sua baixa estatura como espanholito, canário do País ou raça espanhola.
É uma raça reconhecida pela COM como canário de postura e não de canto um dos pontos do seu código e standard é não ultrapassar os 11 cm de tamanho, a sua raça consiste em cruzamentos com o canário silvestre, dizem também os aficionados desta bela raça, que também se cruzou com a milheirinha ou chamariz ou serinus serinus, que como bem sabes é o mesmo é de pequeno tamanho e com um bom fenótipo por isso tem alguma lógica ter sido cruzado com esses pássaros, também se cruzou com pássaros de cor daquela época, até se decidir o seu código e standard, claro, estes pássaros de cor eram os que tinham menos tamanho ou mais pequenos esta bela raça de postura, chamado canário do País, raça espanhola ou espanholito no seu código e standard estão admitidas uma infinidade de cores, espero Ricardo que tenhas claro e sem subestimar a tua sabedoria dentro da tua ornitologia ou canaricultura e também de outros aficionados que é uma raça de postura e não de canto, chamado canário do País, raça espanhola ou espanholito. Uma saudação pessoal para ti e todos os aficionados em geral.

Artigo partilhado por Juan António Bautista e por Francisco Aroca


Os culpados desta actual situação no canto timbrado espanhol, é da responsabilidade de alguns juízes que estudaram o código do timbrado espanhol e logo quando saíram juízes como diz o meu bom amigo Francisco Aroca, nos seus artigos, não aplicaram o código da raça que estudaram e aprovaram e sem qualquer objecção, ignoraram o código pelo qual se fizeram juízes, tirando-lhe várias notas e fazê-lo a seu gosto independentemente de qualquer outra coisa, apenas pela sua vaidade e ter protagonismo, à custa do timbrado espanhol, aplicando ao mesmo os seus gostos pessoais e não respeitando o código da raça que estudaram , tem dividido a “afición”tentando contorná-la sempre à custa dotimbrado tentando fazer outra raça neste caso o mal chamado descontinuo mas como bem sabemos reconhecido até hoje na COM mundial só há um, o canto timbrado espanhol. Por muito que se lhe queira mudar o nome, de canto timbrado espanhol para descontinuo como lhe chamam, alguns juízes e aficionados que levaram a seu redil, o que me parece muito respeitável, mas quero que saibam os aficionados de todo o mundo que também existem em Espanha e sei que fora de Espanha, juízes e aficionados que defendem e respeitam os criadores e mentores desta raça, que eram Don Ángel Salido Leal, don Serrano Peñasco, don Esteban Crespo Fernández, don Manuel Rodríguez Cruz e don Alejandro Garrido Martínez que Deus os tenha a todos em sua glória, por respeito a estes mentores da nossa raça de canto timbrado espanhol e a todos os juízes e aficionados de fora e dentro do nosso País, dizer-lhes que respeitamos o código actual e ficha de julgamento da nossa raça de canto com todo o orgulho e dignidade. Não se pode tolerar que alguns juízes que hoje em dia estão noutras federações, tentando apropriar-se de algumas notas do canto timbrado espanhol, para dizerem que fizeram uma nova raça, queiram eles ou não queiram sempre tem sido e será, o pássaro que eles chamam agora de descontinuo e anteriormente de floreios, sempre uma tendência dentro do canto timbrado espanhol, por muito que lhe queiram trocar o nome. Para esses juízes são como a moda, todos os anos mudam, e também o canto do timbrado espanhol, por muito que queira algum juiz tirar-lhe timbres e rodadas as duas únicas notas continuas do canto timbrado espanhol, pois as outras 10 notas do código e standard da raça são semi-descontinuas e descontinuas portanto não inventaram nada de novo, é como se se quisesse tirar aos Rollers e Malinois as notas continuas, seguiriam sendo estas duas raças de canto as mesmas raças apenas com menos notas. Portanto tudo o que seja destruir e juízes que apliquem o seu gosto pessoal para desfazer sem qualquer sentido o que está feito, para mim nunca será aceite.
Quero que saibam estes juízes que actualmente numa federação do nosso País por alguns pássaros terem, alguma nota continua como timbres e rodadas são desclassificados, como aficionado nunca irei a um concurso de canto no qual estes juízes apliquem o seu gosto pessoal e nunca o código da raça que estudaram e aprovaram. Também deixar claro a estes juízes que acreditam ter descoberto algo de novo, para eles vou deixar claro a partir dos exemplos que vou dar a seguir que só tem destruído o que é natural, que são as aves de canto e será assim queiram ou não queiram. São inatos nos pássaros de canto como roller, malinois e canto timbrado espanhol e qualquer tendência dentro do timbrado espanhol, os timbres e as rodadas, como também são noutros pássaros silvestres e neste caso granívoros por exemplo: o canário silvestre, pintarroxo, milharinha ou serinus serinus, verdilhão e cotovia etc.etc.etc. Como também são inatos no seu canto as aves ou pássaros insectívoros por exemplo: o rouxinol, o pisco, toutinegra, melro, tordo, zorzal e até a simpática ave insectívora andorinha comum, também quando executa o seu canto emite timbres e rodadas como também muitas mais aves em todo o mundo, não se pode ir contra o criado por Deus nosso Criador nem contra a Natureza.
Um abraço para toda a “”afición da ornitologia ou canaricultura de todo o mundo, vamos procurar construir e não destruir como tentam fazer alguns aficionados desta bonita “afición”. Um abraço muito cordial de Juan António Bautista e Francisco Aroca.

Condição, Modulação, Vocalização, Boa Voz, Bons Sacos Aéreos, E Algo Mais.

Por: Francisco Aroca Montolio
  
 Disse uma vez que não ia escrever nenhum artigo, mas fiquei muito contente ao ler uns artigos que me fizeram chegar D. Eloy Parra Boyero e o meu amigo Marchena (obrigado aos dois), isto me levou a opinar sobre alguns aspetos importantes da “afición” ao Timbrado, quais e como são as qualidades de um bom timbrado, o objectivo dos cruzamentos e a educação para obter bons exemplares. Ao ler os artigos de D. Antonio Drove Aza, que Deus o tenha em sua glória, vi que tinham alguns pontos de vista em comum com os meus , no que deve ser um canário de canto Timbrado Espanhol ou "pássaro do país", como ele lhe chamava. No artigo "Justificando uma opinião sobre o canário chamado Timbrado Espanhol" publicado na revista Pájaros nº 13, de 1961, D. António, sem tirar uma letra, Arguelles disse: "Tenho uma estirpe belíssima que é susceptível de purificar procurando melhorar dentro do possível a modulação, dicção e vocalização agradável de todas as notas e estimulando as variações de água, Cloqueios e flautas. Com estas notas e nas suas formas simples e compostas se obterá um canto variadissimo e de muitissimo mérito que causará sensação nos concursos Internacionais."Subscrevo o que disse D. António, e com a sua permissão, se juntarmos a essas qualidades um bom tom de voz, limpo e claro, estamos criando um pássaro de canto. Não sei se interpretei correctamente ou não, quando ao dizer "CAUSARÁ SENSAÇÃO" penso que estava falando no futuro, mas ao mesmo tempo parece-me que D. António pretendia e queria que um Timbrado tivesse essas qualidades. Se um pássaro não tem boa dicção nunca terá uma vocalização agradável. Que um criador trabalhe sobre as notas que se destaquem em seus pássaros parece-me muito bem, se têm um vasto repertório melhor ainda, porque cada nota bem executada enriquece esse repertório ou canção. Isso parecia ser o que D. Antonio queria de um pássaro, como também muitos outros criadores querem.
Na revista Pájaros nº16 do ano de 1961, Cayetano Pérez Manso expõe o seguinte: "O canário Roller está composto de passagens em tons graves e repousados inclusive melancólicos, porque não pode ter o canário Espanhol um repertório parecido só que cantando noutro estilo e com outro ritmo e tom mais alegre?". Portanto naquela época havia algum descontentamento e não estava bem definido o que devia de ser um Timbrado Espanhol. E se tentaram introduzir qualidades de outras raças para beneficio do nosso Timbrado, pergunto eu, tem algum mal nisso? Experimenta-se , se os resultados não forem óptimos, outra coisa será. Fala-se da pureza da raça quando já naqueles tempos havia criadores abertos a tentar melhorar o Timbrado. Fala-se do cruzamento com Malinois como se fosse alguma coisa fora do comum (o que esteja livre de pecados que atire a primeira pedra).Naqueles tempos, e mais tarde, os criadores cruzavam a sua linha habitual com o Roller, parece que desconheciam o Malinois, e ao mesmo tempo também com o canário Silvestre, e fala-se de pureza, de que pureza? Se um cruzamento aporta qualidade à raça instituida, e beneficia essa mesma raça, o resultado só pode ser um bom Timbrado, com boa dicção, modulação, um bom tom de voz e uns bons sacos aéreos, não acreditam vocêsque quem sai ganhando com isso será certamente o nosso querido canto Timbrado Espanhol? E apesar do que digam muitos criadores, esse pássaro por ter sido bem trabalhadoserá certamente um bom Timbrado que se ajusta ao padrão do Código e à sua ficha de julgamento, que mais posso eu dizer?. São os juizes que se encarregam de classificar o pássaro que ouvem, e de classificá-lo onde lhe toque ou desclassificá-lo se for necessário se não reunir as qualidades de um bom Timbrado, mas sempre deixando de lado o seu gosto pessoal, contribuindo desta maneira para bem do Timbrado. Para mim existe um só pássaro: o Timbrado Espanhol, nem floreios, nem clássicos , nem intermedios. Há uma ficha de julgamento que se deve preencher de acordo com o que se oiça sem se inventarem coisas que o pássaro não diz, isto contribuirá para o beneficio do próprio canário que se está ouvindo. Se um criador quer que o reportório de seus pássaros se baseiem em três casas da ficha de julgamento, não se queixem depois se um juiz os avaliar e lhes deiao que tem, isto é assim e ponto final.No artigo "Reconhecido o Timbrado", da revista Pájaros nº 19 , de 1962, pode-se ler: "O maior mérito de um Timbrado deverá consistir no contraste entre as frases altas e as frases baixas, e na sua fusão harmónica. Esta fusão não se pode obter com mais de um treino severo e uma grande habilidade que caracteriza o sistema e a escola dos grandes maestros". Subscrevo inteiramente este artigo. Está claro que se querem fixar certas notas e floreios, e é por educação ou treino como se consegue. Está provado que, se faz bem, em se separem os jovens canários quando estes começarem a comer sozinhos, e não ouvirem os pais, sairão com um canto diferente. Que não se diga portanto que o canto é genético, se fosse genético cantariam igual a seus pais, mas isto só ocorre de uma maneira, quando ouvem os seus pais ou com maestro que lhes ponham para educar. Eu já disse em muitas ocasiões que no Canário Timbrado Espanhol está tudo inventado. Deixemos essas discussões de educar ou não educar, ao fim e ao cabo, eu apresentei o meu sistema e nunca obriguei ninguém a segui-lo ou a partilhá-lo. Há tendências que proclamam não educar com maestros, tendo-o claro e perfeitamente definido, mas outros há também que são contrários e que também o tem claramente definido. (VIVE E DEIXA VIVER).
Quero destacar, fazendo um pequeno reparo, ao que me dizem alguns amigos meus que nosforos da Internet, quando alguns aficionados afirmam que gostariam de ter um Timbrado branco, amarelo, isabela ouro ou prata, cinzento, ágata ou verde junquilho, de tonalidades em pio ou pintos, dentro destas tonalidades ou gamas, há outros criadores que lhes respondem que não são timbrados. Não sabem esses criadores que são admitidas todas estas cores no Código e Standard?. Amigos meus, e eu mesmo, temos ido a concurso com estas cores porque nos pareceram ser bons timbrados, deixando de parte a sua cor. O Código diz mais ou menos isto, que não será admitido todo o pássaro que acuse factor vermelho ou que tenha penas enriçadas. Então, porque se pretende que todos dancem a mesma musica? Temos a sorte de ter uma ampla gama de cores, porque se todos forem verdes seria um pouco aborrecido, não?. Há apenas que olhar para a sua qualidade e nada mais e sermos mais tolerantes.
Continuando com as qualidades de um bom timbrado, se um criador se sente realizado porque o seu pássaro realiza um bonito floreio e o satisfaz, parece-me muito bem e respeito, mas há que pedir mais. Vou fazer uma comparação, na página de Eloy, na secção de MP3 há floreios muito bonitos como por exemplo o de Mari Pili, ou o de Paquillo ou Pepillo. Mas uma coisa é um bom floreio e outra é um Timbrado Espanhol com um bom floreio que seja já um bom pássaro!, um bom pássaro será o que faça no seu conjunto, um floreio de adorno ou lento e mais algum floreio composto e que preencha mais algumas casitas da ficha de julgamento. Se assim não for ficará monótono mesmo que faça uma coisa muito bonita. Há que procurar mais e não menos, este será o trabalho que os criadores devem fazer.
Finalmente, quero dizer o que foi pedido a D. Joaquín Sandúa, foi que se pronuncie sobre os pássaros de Aroca, ainda que me pareça respeitável, pode ser indicativo da falta de conhecimento ou de critérios por parte de quem o fez, pois creio que muitos dos que criticam estes canários não conhecem as diferenças entre um Timbrado e um Malinois, e deveriam documentar-se sobre pássaros antes de desprestigiar o trabalho dos outros. Sabem em que se parece um Timbrado e um Malinois?, é que são os dois uns grandes pássaros, em beneficio de um só, do nosso querido canto Timbrado Espanhol. E, é suposto, em cada uma destas duas raças terem um bico e duas patas. Actualmente parece que quem não comunga com determinadas tendências fica excomungado. Pede-se mais humildade e mais tolerância, nesta vida precisamos uns dos outros. (Hoje por ti e amanhã por mim).
Um abraço para toda a “afición”

Educar com maestros ou com alunos

Por : Francisco Aroca Montolio

 Dirigido com todo o respeito a D. Juan Manuel Padilla e todos os demais.
Que cada criador eduque ou não eduque, qualquer sistema é bom se saírem bons pássaros. Faz uns vinte anos eduquei sem maestros, pus mais ou menos 50% dos machos e o resultado não foi nada satisfatório, eram pássaros curtos de repertório e demoravam mais tempo a começar a cantar, os que se educaram com maestros, saíram pássaros com um amplo repertório e seguros de si próprios, dizendo as notas com carácter e personalidade, estiveram todo este tempo com os seus progenitores que por sua vez fizeram de maestro. Desde então tenho claramente bem definido esta questão . Há certas notas que se não as ouvem não as dizem.
Pode-se dizer se o pássaro não for educado, quando sai do seu habitat e se põe com outra linha de canto diferente, no segundo ou terceiro mês perde parte do seu repertório. Isto não acontece com os pássaros educados que mantém o seu repertório até depois da muda. Estes pássaros educados, se fizerem a muda com outra linha diferente, manterão o seu repertório no mínimo 50%.Falo pessoalmente das minhas experiências, sem subestimar ninguém. Falei com criadores que não educam, segundo eles, e perguntei-lhes Quando tiravam os pássaros do local onde fazem a criação? E responderam-me : por volta dos 3 ou 4 meses. Com este tempo todo estes pássaros já tem a canção aprendida de seus progenitores, logo cada pássaro dará o seu toque pessoal ao seu canto ou canção.
Em várias ocasiões tive pássaros que se adiantaram no canto e aos dois meses e
meio ou três já cantavam praticamente como os seus maestros. Para mim educar sem maestro seria, levar o macho à fêmea só para a galar e tirá-lo logo desse lugar onde se encontre a fêmea e as respectivas crias e quando comessem sozinhos, pô-los noutra habitação onde não oiçam nenhum adulto. Na mina modesta opinião, isto é que é educar sem maestro.
Vocês costumam criticar os que educam com maestros, mas se vocês mesmo estão educando com alunos, quero dizer, o pássaro que se adiantar no canto é o que arrasta os outros, se este tiver uma boa aptidão para o canto, tudo bem, se tiver defeitos outro ano se passar. Os que educam com maestro os pássaros tendem a ficar com um amplo repertório, dizendo bem as notas e por certo sem faltas, isso é um maestro!
O de cruzar silvestres ou melhor dizendo canário silvestre parece-me bem, como você saberá há que utilizar o que tenha as melhores qualidades genéticas, que tenha um bom tom de voz, boa dicção, que seja tranquilo e que saiba estar na gaiola etc., há outros pássaros que também servem e por certo tem, melhor dicção e se podem cruzar. Os meus pássaros levam um pouco de tudo, este será o trabalho que os criadores tem que fazer para conseguirem uma raça equilibrada. Como disse: O Nosso Senhor Jesus Cristo " o que estiver livre de pecado que atire a primeira pedra", saiba você que não estamos sozinhos nesta questão do educar, também há companheiros de “afición” como é o caso dos criadores de Malinois, Roller e Silvestristas, entre os quais tenho bons amigos , que para eles um bom maestro não tem preço, e que será o futuro dessa temporada e de outras vindouras. Os pássaros silvestres são criados com palito para que não aprendam notas não desejadas e logo educados, como é o caso dos pintassilgos, pintarroxos, verdilhões e milharinhas, nalgumas zonas chamados de chamariz. Posso dizer que estes educadores de silvestres, não tem praticamente nada a ver com o canto original do campo, é uma selecção de notas e sem faltas, como costumam fazer os criadores de timbrado e de outras raças de canto.
Você disse que o canto é genético, se você como parece educa sem maestro, mas se não ouvirem os pais, verá como eles sacam outra linha diferente de canto, se cantarem como os pais foi porque os ouviram. Se o canto fosse genético, um pintassilgo que teve um bom amigo meu apanhado ainda sem nenhuma cor, muito jovem, supondo-se que por muito canto de timbrado que ouvisse teria sempre que cantar como os pintassilgos se isto não fosse assim, só teria a chamada dos pintassilgos "CHIVIT-CHIVIT" e o resto de canário, como a sua siringe e constituição não estão preparada para tal, as notas seriam bastante medíocres. Outro caso foi o de um pintassilgo com um ano e ao fazer a muda ter apanhado alguma nota de canário. O que se transmite geneticamente é o tom de voz, a dicção e como tu sabes, dizer bem as notas e sem pressas, a parecença física por parte do pai e da mãe, o serem mais ou menos cantores e a canção que oiçam do maestro ou do aluno adiantado no canto. Pessoalmente sou da opinião que sobre o timbrado está tudo inventado. Sobre genética existem fêmeas dominantes como também existem machos, se estes genes são para dar maior qualidade, que sejam bem-vindos.
A genética não é como a matemática que 2 X 2 são 4, mas como o provérbio espanhol diz "da onde há se pode tirar". Sobre o tema dos pastores alemães, digo pessoalmente, que sobre “o saber posar” é o mesmo problema que na educação dos canários , tenho amigos criadores de várias raças, que ficariam contentíssimos se os seus cães aprendessem a posar vendo um vídeo como você diz, eles são criadores e ao mesmo tempo maestros dos seus cães, e perdem muitíssimas horas para os ensinar a saber posar com porte e elegância para quando forem ao ring, nome que se dá na gíria, que é o sitio onde costumam ser julgados no desporto do mundo canino. PARECE SER QUE TUDO É POR ENSINO, A PARTE DE SE TER UM DOM PARA CERTAS COISAS.
Despeço-me de toda a afición com um cordial abraço.

A educação dos canários jovens

Por: Francisco Aroca

A educação ou adestramento, é fundamental para todos aqueles criadores ou aficionados que querem conseguir o máximo potencial genético e seleção e ver onde chega esse cruzamento genético e a capacidade que tem esses pássaros ou exemplares de aprender notas complicadas. A partir desse trabalho, se fará uma seleção genética, por certo, também veremos se se melhoraram seus dotes canoras e ainda seus órgãos fonadores, com melhor siringe, tom de voz, bons sacos aéreos, como interpretaram o que aprenderam e certamente uma boa descontinuidade no canto, ou dicção, ser mais pausado e que dêem suas notas a golpes que as marquem e separem.
Como vocês bem sabem todas estas definições, significam o mesmo, por certo dentro de uma boa genética , boa harmonia e musicalidade. Todas estes dotes canoros são sempre genéticos e nunca aprendidos, transmitida por parte materna ou paterna, por certo, como sempre disse e direi que cada criador utiliza o sistema que quiser para alcançar os seus objectivos, com e sem educação, e criarem os exemplares que lhes agradem e que mais gostem. A genética e seleção para mim pessoalmente, o mesmo que para todos los criadores, é o mais importante, neste caso o nosso canto timbrado espanhol, sem genética nem seleção não teremos nada, sejam exemplares educados ou não.
Logo serão os juízes a aplicar o código de canto timbrado espanhol, os que decidem a qualidade dos exemplares e todos os juízes aplicarem o código, que estudaram e não o seu gosto pessoal, seguramente que terão a aprovação de todos os aficionados, incluindo um servidor e portanto terão todo o nosso respeito e prestigio como tais.
Sobre o tema da educação e adestramento e por essa regra de três, cavalos, cães, que geneticamente e por seleção estão capacitados para certos trabalhos, não faria sentido que os levassem a uma escola, de adestramento cães ou cavalos. Se estes animais estão capacitados geneticamente para um certo trabalho e se forem levados a uma escola de adestramento poderá conseguir-se tirar o máximo rendimento do seu potencial genético, que sem adestramento chegariam a quotas muito mais baixas. A educação e adestramento também serve para os seres humanos, há pessoas com um dom genético que tem um bom timbre ou tom de voz privilegiados, se forem a uma boa academia ou escola de canto, e acima de tudo tiverem um bom professor ou maestro de canto poderão desenvolver ainda mais essa aptidão para o canto e tirar o máximo das suas faculdades para o que geneticamente estão predispostos.
Outro exemplo é o seguinte, se uma pessoa tem ótimas condições para poder ser um grande matemático e se não for à escola e não lhe ensinam as regras de multiplicar, dividir, somar e diminuir, sem estas regras básicas nunca poderá demonstrar o seu máximo potencial genético para a matemática. Se outra pessoa tiver boas condições para poder ser um bom músico e vá a uma academia de música, poderá desenvolver o seu máximo potencial para a música. O que gostasse de guitarra, um belo instrumento de corda, e se tivesse como maestro , Carlos Santana, Mark Noflei, Paco de Lucia y Eric Clapton etc., isto seria uma mais valia. O ensino serve para uma infinidade de ofícios realizados pelos seres humanos é primordial ter bons professores e cada qual demonstrar o seu potencial genético e pessoal para realizar qualquer oficio ou trabalho que decida exercer na sua vida.
Todo os anos, igual a muitos criadores, tenho exemplares ou pássaros que superam os seus maestros e até o CD, pois escutam-no e cada um interpreta essa canção e lhe dão o seu toque pessoal, igual a qualquer cantor, a mesma letra de uma canção e cada cantor dará seu toque pessoal, será parecida mas nunca igual, portanto todos os pássaros, que tenham boas aptidões canoras, serão os que seleccionemos geneticamente como reprodutores. Portanto fica demonstrado, que suas irmãs de ninho também tem essas faculdades genéticas, para as quais procuraremos outros exemplares com boas condições genéticas para reproduzir com estas irmãs, bem sabem todos os meus bons amigos que me conhecem bem, que não uso a consanguinidade, para tentar chegar às minhas metas em genética. Sempre respeito e respeitarei os aficionados que a utilizam, cada qual é livre de fazer o que veja conveniente, para chegar ao que deseja.
Uma coisa tão natural como é a educação no campo, dos pássaros novos pelos seus próprios pais ou congéneres da sua mesma espécie. Querem-nos fazer ver alguns dos aficionados ou criadores que não educam, que não deveria de ser assim, sempre tem sido assim e até que Deus queira seguirá sendo assim. Isso é natural como na própria vida, também dizem alguns aficionados que não educam mas que para mim sei que educam, mas de outra maneira, por exemplo, o pássaro jovem ou novo que se adianta no canto, isto também costuma acontecer naqueles que educam, mas estamos conscientes disso e admitimo-lo naturalmente, mas alguns aficionados que não educam, parece que não o querem reconhecer, quando esse novo ou pássaro jovem, que se adianta no canto, começa a definir suas notas arrastando os outros, do seu voador.
Portanto alguns aficionados que dizem que não educam não é completamente verdade, pois são educados por outro pássaro neste caso um jovem canário, os que educam querem pássaros adultos para maestros, com notas complicadas e por sua vez bonitas, que tenham uma boa voz, descontinuidade, dicção e pausado no seu canto e, por certo, sem faltas, a isto se chama um pássaro maestro. Os pássaros com 20 o 25 dias estão capacitados para reter na sua memoria estrofes ou notas dos adultos, portanto por muito que se diga, que não se educa, na época de criação há sempre um macho adulto com as fêmeas, portanto sempre cantam alguma coisa e os novos aprendem. Se alguns aficionados dizem que não educam, porque é que quando ouvem algum pássaro jovem com falta, como riscadas, renideros, ch, estridência e nasalidades, o tiram de seguida do voador onde estão os outros, eu digo o seguinte, a estes aficionados e companheiros de “afición”, não tirem esses pássaros jovens que tem faltas, isto porque segundo vocês dizem que os vossos pássaros não copiam!
Copiam tudo, é inato nas aves e os que tem uma boa genética para o canto ainda mais, tudo é aprendido começando pelos timbres e terminando na água lenta e com faltas incluídas, imitam até o tom de voz dos maestros e de um bom CD, também a dicção ou som mais pausado, aqueles que geneticamente estão capacitado para estes dotes canoros. Alguns aficionados que não educam pela parte de alguns deles, não existe muita sinceridade e pelo que me comentam, também os educam com CD, eu nunca o neguei, igual a muitos amigos meus que educamos nossos pássaros, sempre que tenha bons maestros e um bom CD, educarei meus pássaros, para lhes poder tirar o máximo potencial genético de seus dotes canoros. Tenho amigos e aficionados de pássaros do campo ou silvestres, como pintassilgos, milharinha ou chamariz, verdilhão, pintarroxo e tentilhão, sempre me dizem que um bom maestro ou um bom CD, para eles não tem preço, pois é o futuro de seus novos pássaros de cada temporada, queira-se ou não se queira admitir tudo na vida é ensino com boa ou menos boa educação. Estes amigos e aficionados dos pássaros silvestres conseguem o canto, que eles chamam de salão, com uma grande variedade de notas e por certo sem faltas, pois nas suas pautas de canto correspondentes destes pássaros silvestres, anteriormente citados e no seu código de canto também se penalizam as faltas como riscadas, nasalidades, etc. igual como no canto timbrado espanhol, malinois e roller. Como se consegue nos novos silvestres e nossos canários de canto, que não tenham faltas, por certo com uns bons maestros ou CD que não as tenham, tão simples como isto.
Para terminar já que alguns aficionados nomeiam a dom Antonio Drove Aza, Deus o tenha em sua glória, noutros aspectos sobre o canário de canto que saibam estes aficionados que don Antonio estava a favor da educação ou adestramento, passo a relatar um escrito do ano de 1962 na revista pájaros nº 19 no artigo “reconhecido o timbrado” no qual se pode ler o maior mérito de um timbrado deverá consistir no contraste entre as frases altas e as frases baixas e na sua harmonia e fusão. Esta fusão não se pode obter, mais que com um “ADESTRAMENTO SEVERO” e um a grande habilidade que caracteriza o sistema e a escola dos grandes maestros.
Por certo, subscrevo tudo o que ele disse nesse artigo, respeito e respeitarei qualquer sistema que cada aficionado deseje realizar, como o não educar, ou o sistema de educação, com educação e respeito pelos outros, é quando existe uma boa harmonia entre todos os seres humanos.
Uma saudação a toda a “aficion”.

Timbrado Espanhol - Aclaremos as coisas
 Por: D. José Luís Clemente Lillo - Juiz FOCDE e OMJ

 Há que ver com alguma simpatia os aficionados animados que se empenham em aperfeiçoar todas as raças de canários e aqui concretamente os de canto, seja por cruzamentos, seja por ensino ou por outros meios, mas respeitando sempre o correspondente Código de canto para que se conserve a pureza e as características genuínas da sua raça, melhorando, assim, o seu canto e a variedade do seu repertório.
São igualmente de louvar os que trabalham para criarem novas raças em todas as suas variedades. Com o objectivo da C.O.M. e do nosso Colégio Nacional de Juízes estabelecerem normas regulamentares para que se proceda ao seu reconhecimento. Neste caso os aficionados, juízes ou entidades que queiram propor a criação e reconhecimento de uma nova raça de canto, o primeiro passo a dar é fazer um pedido formal ao Colégio Nacional de Juízes manifestando que se deseja estudar uma nova raça de canto, apresentando um Código e Regulamento, devidamente explicados tecnicamente, para a sua classificação e com uma denominação distinta das 3 raças de canto já existentes e actualmente reconhecidas.
Os nomes das suas notas devem ser distintas das já existentes em ditas raças, para assim evitar confusões. Iniciado o trâmite, o Colégio de Juízes deverá designar um Comité de Juízes expertos ( nas 3 variedades de canto já existentes e reconhecidas pela COM) para o seu estudo, onde se apresentará o novo Código e alguns canários para que se analise o seu canto. Se o Comité antevê que é uma nova raça de canto, o trâmite seguirá o seu curso e durante mais de 2 anos se repetirá o mesmo para se garantir que a nova raça está perfeitamente fixada e que segue fielmente o Código estabelecido para a mesma e, sobretudo, que seja distinta do canto Roller, do Malinois e do Timbrado Espanhol. Desta forma se poderá reconhecer a nível nacional e posteriormente iniciar-se os trâmites para o seu reconhecimento a nível internacional.
O Timbrado Espanhol, desde a sua criação, sempre teve um Código de canto baseado na distinção de suas notas formado desta maneira por 3 grandes grupos, que no âmbito do seu ritmo de emissão, se denominam de notas continuas, semi discontinuas e descontinuas.
No decorrer do tempo foram-se realizando modificações no nome de algumas notas, aumentaram-se ou diminuíram-se algumas pontuações ou se introduziu alguma que de facto já existia mas com outro nome, mas sempre se conservaram os citados grupos baseados no ritmo de emissão.
Na anterior reunião desta Comissão Técnica houve uma proposta que, segundo se dizia, era para criar uma nova raça, e que consistia em eliminar as notas do nosso Código que não fossem descontinuas .Quer isto dizer, deixar só as notas descontinuas, seccionando o actual Código de Canto do Timbrado, apoderando-se do nome de Timbrado Espanhol, que é uma classe reconhecida internacionalmente e logo dizer que o resultado que ficaria era o canto Timbrado Espanhol. Penso que a missão desta Comissão Técnica é cuidar da conservação e progresso do Timbrado Espanhol, procurando aperfeiçoá-lo, mas conservando sempre a actual estrutura do seu canto, que está perfeitamente definida no actual Código, e que devemos respeitar por ser um magnifico Código, ainda que sempre se possa melhorar.
Termino para dizer que, e com o devido respeito, creio que esta Comissão Técnica em termos regulamentares carece de autoridade para estabelecer e propor a criação de uma nova raça de canto, que, ao que parece, se aproveita em utilizar o actual Código do Timbrado Espanhol para usar uma parte das suas notas, eliminando outras que são dignas da sua emissão pelos canários que contribuem para lhe dar uma variedade de reportório de que sempre nos orgulhamos. Além disso não se cumpririam as normas regulamentares, que antes referenciei, para a proposta e reconhecimento de uma nova raça de canto. O actual Código e o seu Regulamento, aprovados e editados pelo Colégio Nacional de Juízes FOCDE, é um dos melhores que já foi feito, estando à altura dos melhores que existem noutras raças de canto, como são as raças Roller e Malinois. É um Código magnificamente elaborado e que regula perfeitamente todos os detalhes de canto destes canários e com o qual se pode analisar e pontuar perfeitamente todas as variedades, repertório, estilos ou linhas de canto que possam ser emitidas pelo Timbrado Espanhol. Há que louvar as sucessivas Comissões Técnicas, que no decorrer dos anos foram elaborando e aperfeiçoando os seus conhecimentos técnicos e um extraordinário trabalho.
Recentemente chegou à minha mão um programa para a celebração de um concurso por parte de uma associação. Nele se estabeleciam as normas para, " o denominado Primeiro Certame Nacional de Canários de Canto Descontinuo, saudando cordialmente todos os amantes do nosso canário descontinuo e associações e clubes afim de potenciarem esta afición " . Esperando que todos os criadores convidados procedentes de todos os pontos de Espanha concorram com os seus melhores exemplares para que desta forma se consiga um grande evento e que nos faça desfrutar do canto destes exemplares .O Ponto 9º do Regulamento estabelece: " Só poderão candidatar-se a prémio aqueles canários cujas fichas de julgamento não apareçam pontuados giros de ritmo continuo (Timbres e Variações Rodadas ). Concedem-se três prémios aos exemplares de maior pontuação do concurso, pedindo-se uma pontuação mínima de noventa pontos, assim como um troféu especial para aquele exemplar, com pontuação mínima de noventa pontos, que acumule mais pontos na soma concedida às notas de nove da Ficha de Julgamento (a alternativa dos critérios do Regulamento do Código de Canto ) a ordem de mérito na hora de possíveis desempates será a seguinte : 1º Floreios Lentos, 2º Variações Conjuntas e 3º Floreios ).
No caso do canário de maior pontuação do concurso não cumprir com o disposto do parágrafo anterior dá-se um troféu especial(pontuação mínima de noventa pontos).
É de estranhar que se realize um Concurso de Canários de Canto Descontinuo, sendo esta uma raça oficialmente desconhecida e que não está aprovada pelo nosso Colégio de Juízes FOCDE, e igualmente surpreende que o dito Concurso tenha sido enjuizado com a Ficha de Julgamento e Regulamento do canário Timbrado Espanhol e por um Juiz de Timbrado.
Falo sobre exemplares que podem optar a prémio, que em diversas ocasiões ouvi canários que tinham notas com ritmo continuo, mas em suas Fichas de Julgamento não apareciam pontuadas. Também existe uma contradição com o estabelecido no regulamento para os desempates, que não admite critérios suplementares. Como já disse anteriormente, há que louvar e estimular aqueles aficionados que trabalham para a criação de novas raças em todas as variedades, mas é inadmissível que neste caso o façam utilizando exclusivamente uma parte do seu amplo repertório do Timbrado Espanhol, o de ritmo de emissão descontinuo, seccionando o actual Código e suprimindo as variadas notas do Código que tem um distinto ritmo de emissão. Esta pretensão ataca directamente o que actualmente está regulamentado e reconhecido pelo Colégio Nacional de Juízes e pela O.M.J./C.O.M. como Timbrado Espanhol, especialmente se com esta acção se pretende que o repertório que ficaria era o Timbrado Espanhol, quer isto dizer, que os partidários desta suposta nova raça se apoderam da denominação de Timbrado Espanhol,reconhecida internacionalmente pela COM e em muitos países.
Há que acabar com esta intromissão que se vem criando à volta do Timbrado, quando para ele se estabelecem distinções ou classificações arbitrárias, em clássicos, floreados, contínuos, descontínuos, melânicos e sem melanizar, por suas verdadeiras ou supostas origens geográficas e qualquer dia aparecerem os ligeiros, os pesados, os assilvestrados, os que façam notas triplas e quadruplas ou outra coisa qualquer. Os Juízes quando obtêm o cartão de Juiz assumem um compromisso moral, perante o Colégio, Federação e aficionados de enjuizar com seriedade todo o repertório que o canário emite, deixando e esquecendo os seus gostos e preferências pessoais de parte , é inadmissível que estes juízes aconselhem os aficionados no sentido de estes eliminarem as notas ou mesmo os canários que emitem ritmos contínuos, só pelo facto de ser este o seu gosto pessoal e querendo deste modo promover o descontinuo (digo isto porque me chegaram diversas queixas nesse sentido). Um Juiz de Timbrado deve sê-lo com todas as consequências que possa ter e senão se identificar com o Código vigente, que o diga com o máximo respeito e não perturbar e se tiver honestidade que apresente a sua baixa no Colégio de Juízes e depois dedicar a sua actividade na promoção e dar a conhecer o auto denominado Canto Descontinuo ou Floreado ou como lhe queiram chamar, até que possa ser reconhecido como raça, e que não se continue utilizando o nosso Timbrado, com a sua Ficha de Julgamento, em nossos concursos, para esta finalidade, classificando unicamente as notas ou variações de canto que mais gostam, ignorando o resto ou dando-lhes baixas pontuações.
É polémico, este assunto no qual não vou entrar, em que o auto denominado Canário de Canto Descontinuo possa constituir uma nova Raça de Canto (esperamos a opinião oficial do Colégio Nacional de Juízes para saber se o Concurso citado foi autorizado pelo mesmo) ou se é simplesmente uma variedade ou especialização, se tivermos em conta que os canários Roller e Malinois também tem notas ou variações de ritmo de emissão descontinuo, que logicamente também poderiam ser incluídas se atendêssemos a este critério e de igual modo as denominadas notas assilvestradas que algumas vezes se ouvem em concursos de Canto Timbrado como descontinuas, dentro do repertório de determinados exemplares. Aproveito para fazer um reparo já que igualmente se deve saber que foi autorizado outro concurso, já realizado, no qual se enjuizaram Timbrados Melânicos (outra categoria desconhecida), segundo figurava nas folhas de inscrição e sob visão do Colegio de Juízes a seu respeito. Já vão sendo muitas as manipulações que vem sofrendo o Timbrado, segundo o capricho de alguns organizadores de concursos. Voltando ainda ao tema que me preocupa, no citado programa se apresenta e se propõe uma possível Ficha de Julgamento para o futuro enjuizamento do, por agora, auto denominado Canário de Canto Descontinuo, facto que me parece magnifico, já que esse é o caminho inicial para conseguir que, a seu dia e momento certo, se proceda e possa ser reconhecida esta possível nova Raça de canto. Na dita Ficha de Julgamento aparecem denominadas as suas notas e pontuações, os giros positivos, os superiores ou principais, médios ou bons, os inferiores ou aceitáveis, os negativos e as categorias, o sistema de pontuação é distinta do tradicional nos canários de canto, e também outros detalhes técnicos. Os nomes das notas são diferentes do Timbrado, salvo alguma excepção nas notas positivas, mas nas negativas são iguais. Há que confiar que agora os promotores desta variedade de canto, preparem o correspondente Regulamento que seleccionem alguns exemplares e solicitem ao Colégio Nacional de Juízes da FOCDE o reconhecimento da mesma para que, o Colégio aprecie convenientemente e se deia inicio ao expediente ou trâmite regulamentar e às provas necessárias, teóricas e práticas, para o correspondente Tribunal examinador, cumprindo-se os respectivos prazos regulamentares. Até agora há que exigir que se deixe tranquilo o Timbrado Espanhol com o seu actual e magnifico Regulamento e Ficha de Julgamento, que não seja manipulado nem utilizado, e que os promotores da auto denominada nova raça, variedade ou especialização do canto Descontinuo, que pessoalmente , para mim, merece o maior respeito peloseu criativo e inovador trabalho, mas que não continuem utilizando, como Juizes que são de Timbrado, as reuniões da sua Comissão Técnica para promover o Canto Descontinuo, com grave prejuízo para o Canto Timbrado e ao mesmo tempo criando confusão entre Juízes e aficionados( que assistem como convidados das mesmas) e que a Comissão Técnica cumpra com a sua obrigação, como sempre fizeram desde há muitos anos, de promover, divulgar, aperfeiçoar e defender a união do Timbrado, não permitindo que se divida em classes e variedades, com a selecção de tipos de canto, tendências, etc., pelo capricho ou parecer de alguns inovadores ou revisionistas, com a necessária e obrigatória ajuda e colaboração dos actuais Juízes de Timbrado, os quais foram preparados e examinados, (incluindo os que agora querem introduzir a suposta nova raça ou drásticas modificações no Código). De acordo com as directrizes que se estabelecem no Regulamento Oficial do Colégio Nacional de Juízes, se algum dia se chegar a fazer o reconhecimento de uma nova raça, os seus promotores terão que formar tecnicamente os correspondentes juízes especializados que se encarregarão dos enjuizamentos e que sejam claramente diferenciados dos Juízes de Roller, Malinois e Timbrado Espanhol. Confiamos que o Timbrado Espanhol não se veja na necessidade de solicitar o direito de protecção ou defesa através da sua própria Comissão Técnica, para que esta se encarregue de o defender como é a sua obrigação, dos ataques que vem sofrendo com o objectivo de lhe anular a sua actual estrutura e é desta forma em que vão correndo as coisas o querem "atacar". O que é lamentável e inadmissível é que se utilizem as reuniões da Comissão para propor absurdas mudanças no Código e propostas de novas raças, sem ter em conta que a Comissão Técnica não está capacitada para propor nenhuma nova raça mas apenas limitar-se a trabalhar para o Timbrado Espanhol e defendê-lo para que siga desfrutando da sua condição que há mais de meio século se reconheceu ser o genuíno canário de canto espanhol.
Nas últimas reuniões da Comissão Técnica (Madrid, Aravaca e Salamanca) passou-se boa parte do tempo discutindo-se sobretudo a suposta nova raça e opinando-se sobre alguns cantos às vezes estranhos e até assilvestrados, que nos apresentaram em fitas magnéticas. Há que exigir e solicitar, aos responsáveis que nos convocam, que não se utilize por alguns, sejam eles Juízes ou simples aficionados, a Comissão Técnica do Timbrado, como plataforma para propor ou apresentar a suposta e imaginada e até agora, a nova raça de canto, já que como disse anteriormente, creio que a nossa Comissão não está capacitada para propor nenhuma nova raça . Pelo contrário a sua missão é a de defender, promover e desenvolver o nosso canário, segundo em como está reconhecido com o seu Código e Regulamento pelo Colégio de Juízes e pelo O.M.J./ C.O.M. Os que querem criar uma nova raça de canário de canto, que organizem uma Plataforma, Foro ou Comissão para o seu estudo e apresentação À MARGEM DO TIMBRADO ESPANHOL, mas que não continuem fazendo esse seu trabalho nas Comissões Técnicas do Timbrado Espanhol, utilizando esta Comissão como montra para apresentar e discutiras suas ideias na presença de Juízes e aficionados que estejam na qualidade de convidados, pretendendo-se com as suas propostas e discussões" atacar " o nosso canário fazendo-lhe drásticas modificações no seu Código de acordo com os seus gostos pessoais.
Também se terá que ter em conta que ao ser o Timbrado Espanhol uma raça reconhecida internacionalmente pela Confederação Ornitológica Mundial (COM) e pelo sua OMJ, qualquer modificação que se pretenda fazer na sua Ficha de Julgamento deverá cumprir com os trâmites, que qualquer Código e de qualquer raça tem que seguir. Para estes efeitos a COM estabelece um prazo para propor as mudanças que um País deseje realizar numa variedade ou raça, comunicando esta situação a todos os outros países, dando-lhes um prazo para as respectivas contestações. Assisti a inúmeras assembleias da OMJ/COM presenciando, e algumas vezes votando, as propostas apresentadas pelos diversos países, para qualquer raça ou variedade, até à sua aprovação ou rejeição. Com isto quero dizer que se Espanha propõe alguma mudança no Timbrado Espanhol, supondo que no nosso país se possa chegar previamente a um acordo, deverá seguir os trâmites regulamentares e na Assembleia Geral da OMJ/COM a que corresponda e que todos os países possam votar. Actualmente já são vários os que cultivam o Timbrado e se interessam pelo mesmo, é chegado o momento de se querer conhecer mais a fundo as modificações que se pretendam realizar, que se desejem analisar e debater, com as que, talvez, não se esteja de acordo, de maneira que enquanto não se tenha um “sim” da maioria dos países a proposta de modificação não entrará em vigor, podendo até ser recusada. Vão ser muitas as opiniões que seguramente se deverão levar em conta, tanto no nosso País como fora dele. Por outro lado, estou seguro que a OMJ/COM não admitirá que o Código do Timbrado se divida em duas Fichas de Julgamento e dois Regulamentos. Além do mais, quero recordar que numa Assembleia Geral da FOCDE, não há muito tempo realizada se aprovou que todos os Códigos e Regulamentos Técnicos da Federação serão os mesmo que tenham sido aprovados pela OMJ/COM.
Há muitos anos existiam 4 escolas de canto no canário Roller, cada uma delas com o seu próprio regulamento, diferenciadas apenas por terem ou se basearem numa nota básica ou principal que lhe dava o seu carácter. Em determinado momento, os aficionados e técnicos alemães chegaram à conclusão que aquela situação, ocasionava muitos conflitos e discussões entre os aficionados e que nãodevia continuar, por prejudicar o esenvolvimento do Roller, tomando-se a decisão de unificar apenas um único Código, o que o mesmo ainda hoje está em vigor. Essa decisão contribuiu para um grande passo no desenvolvimento deste canário e terminar com as controvérsias de quem tinha ou quem deixava de ter a melhor especialização do Roller . No Canto Timbrado Espanhol, já foi feita a unificação das destintas especializações, no actual Código, desde a sua criação, para os enjuizamentos das possíveis notas e variações, agora resulta que os que propõem a separação de linhas de seleção, ou separação de tendências de seleção em raças diferentes dentro do Timbrado, segundo o seu gosto particular e opinião , a utilização de 2 Fichas de Julgamento diferentes, tudo isto é um ultraje ao Timbrado Espanhol, que conduz à confusão na hora de destinguir , na prática, o que corresponde a cada uma, já que ao apresentar canários a um concurso terá que se especificar, na Folha de Inscrição, a que linha de seleção ou tendência de seleção desejam apresentá-los, o que é muito difícil na prática, por se manifestarem as notas muito variadas e o canário não costumar separar o seu repertório em dois grupos, com Juizes destintos para cada uma delas, supondo que os juizes estejam dispostos a aceitar estas combinações (me falaram de um Juiz que se negou a fazê-lo num concurso), o que perante esta situação se podem classificar como Juizes de uma ou outra tendência. O Juiz tem que ser único, no que concerne ao que está estabelecido no Código aprovado pelo Colégio de Juizes. O que se pretende conseguir é precisamente o contrário do que fizeram os alemães, ou seja, desfazer o Código actual e de momento dividi-lo em duas partes, ou seja como as antigas Escolas de canto do Roller e, na melhor das hipóteses, e no decorrer do tempo, em 3 ou mais, segundo forem aparecendo novos caprichos de aficionados segundo os seus gostos pessoais. Isto é, seguir o caminho errado ao que seguiram os alemães com o seu Roller, desunir e dividir o que já está feito no Timbrado. Pensemos nos problemas que surgiriam na hora de classificar os canários, já que os Juizes se viam na obrigação de desclassificar muitos exemplares que inscrevessem numa modalidade ou tendência equivocada, com as correspondentes discussões sobre as notas que emitissem ou deixam de emitir e com os respectivos transtornos para os seus organizadores.
Há que exigir QUE SE DEIXE TRANQUILO de uma vez por todas, o Timbrado Espanhol com os seus actuais movimentos, com as suas notas únicas e múltiplas, simples e compostas e linhas de canto secas (metálicas e ocas), de águas, positivas e negativas e demais caracteristicas explicadas no seu Regulamento, como estruturaram os seus criadores e sucessivos responsáveis no seu desenvolvimento e que os que queiram mudanças, em forma de nova raça, que procurem outros foros ou plataformas para o fazer.

Canto Timbrado Espanhol

Por: Rafael González, Juiz de Timbrado

Faz sete anos que dei uma pequena palestra a meus amigos de Arganda del Rey. Como se tratava de experiências próprias e opiniões particulares, nos anos decorridos desde então, tive uma experiência que vos vou contar . Pus a criar como quase sempre oito casais de timbrados, uma vez terminada a criação, notava que se ouvia pouco repasso , vamos que de 35 pássaros que saquei, somente tinha seis machos. Pensei, que não tinha tido sorte, que não era normal, mas foi assim. Separei meus seis machos e coincidiu que os pais estavam a mudar , quero dizer com isto que os filhos não escutaram os pais, somente ouviam música clássica, a meu gosto, e além disso dava-lhes um pouco de sol todos os dias, alguns amigos vinham escutá-los e diziam que não era possível que os meus canários tivessem saído todos DESCONTINUOS, um dos amigos era José Luis ( q e p d). Estes canários, somente tinham 5 notas, Floreos, Cloqueos , Notas compostas, Água lenta (pouca) e Água Semiligada , todas elas muito boas, segundo a opinião de meus amigos e a minha claro. Dos seis, fiquei com três que ainda os tenho e seguem conservando algumas notas das ditas, que me encanta ouvi-las, mas com o tempo (são do 2005) mudaram o repertório, agora têm timbres, rodadas, cascavel etc.etc. De toda esta experiência, sempre se tira alguma conclusão e em meu caso eu descobri, pelo menos assim creio, que de um bom casal de timbrados, se não se lhes põe maestro, nem ouvirem outros canários, os filhos, saem descontínuos. Desta teoria depreende-se que os tão ponderados pássaros de Floreos ou Descontínuos, procedem do TIMBRADO ESPANHOL. Ainda que a cada ano se separem mais do Timbrado, devido à selecção que se está fazendo. Outra coisa que quero expor, é que a nossa ficha de julgamento, se foi modificando ao longo dos anos (nas comissões técnicas) uma vezes a favor do Timbrado Espanhol e outras nem tanto, por exemplo, porque é que a impressão geral há que a pôr matematicamente, esta, deve de ser imposta pelo Juiz, que será ele que a percebe. Com a norma vigente, num julgamento, de um exemplar que saque 90 pontos, há que lhe pôr 3 de impressão ou seja 93 pontos desta forma em nossa ficha de julgamento, nunca poder-se-ão pôr 92 pontos. Um canário pode ter poucos pontos e no entanto causar boa impressão ao juiz ou a qualquer pessoa que lhe agrade seu canto. Outro motivo, que aceito, mas que não estou de acordo, é o desempate do Timbrado Espanhol, se desempata primeiro pelas notas negativas , em segundo pelas notas de maior valor na ficha de julgamento, ou seja, os floreos, na minha opinião, primeiro devia-se desempatar por ficha de julgamento completa (com mais repertório) e depois seguindo as normas vigentes. Naturalmente supondo que a qualidade dos exemplares a desempatar, fora similar. Este desempate, estaria bem se competissem canários de amplo repertório como é o Timbrado Espanhol, agora, quando têm que competir com canários que a maioria do repertório, são floreos e água, nosso Timbrado com mais repertório, sempre ficará em segundo lugar. Para floreos e águas, temos o Malinois. Quantos mais floreos e água tenha nosso Timbrado, menos repertório terá. Os timbres não terão qualidade, deixou-se de pontuar o timbre profundo e o intermédio e em seu lugar puseram-se as variações rodadas, aqui cabe tudo, o cascavel, cada vez há menos canários que a façam e isto faz com que se vá deixando de ter timbre de voz metálico . O nosso Timbrado, sempre teve floreos (todos nós gostamos de floreos), também teve variações de água ainda que estas não se reflectissem nas primeiras fichas de julgamento, mas tinham-nas. Devemos aperfeiçoar o nosso canário, mas sempre trabalhando dentro da raça, não a misturar com outras raças. Como achais que se criaram, o Roller e o Malinois, seleccionando os exemplares que mais se parecessem ao seu standard estabelecido e uma vez conseguido, fixá-lo e sobretudo conservá-lo. Antigamente, a mistura com Malinois, chamava-se-lhes “rouba-pontos”.
O Timbrado Espanhol, deve emitir seu canto com o bico aberto ou entreaberto, nunca com o bico fechado (Roller). Pela mesma razão que se um canário emite uma nota rolada há que desclassificá-lo, já que é do canário Roller, também teria que desclassificá-lo se todo o seu repertório fora de Floreos e Água (Malinois). Isto há que se estudar dentro das comissões técnicas que é onde se fixam as fichas de julgamento a seguir.
Na realidade todo o exposto nesta pequena palestra, deve ser aprovado ou recusado pela Comissão Técnica. Sobretudo no que concerne à ficha de julgamento.

Como Criar Timbrados Campeões do Mundo

Por: Juan Matilla

Estimados companheiros este depoimento não pretende influenciar nem muito menos ensinar aqueles que levam muito mais anos que eu a criar canários apenas tento explicar as minhas experiências que de momento tem sido frutíferas e porventura sirvampara alguém.
Eu comecei faz alguns anos por criar pintassilgos este bonito pássaro que tantos momentos inesquecíveis me fez passar embora rapidamente me chamou à atenção o canto do nosso timbrado espanhol, pelo seu tom metálico com uma canção prolongada e tão variada que de verdade me cativou e desde então faz seis anos que comecei esta tarefa tentando aprovisionar-me dos melhores exemplares junto dos melhores criadores contatei pessoalmente com o maestro Álvaro Guillén que conhecia telefonicamente pois eu era sócio da S.O.M. e graças às suas indicações e explico isto porque numa das minhas visitas a sua casa trouxe um canário F-1 e comecei a desenvolver uma linha que alguém me comentou que vindo de canário silvestre e chegando ao F-3 se podiam conseguir bons exemplares e efetivamente isto aconteceu. Consegui uns canários de canto muito suaves e melodiosos um pouco assilvestrados que de verdade dão à nota, entretanto quero também explicar que a princípio os resultados não foram os desejados. Os resultados apareceram quando comecei a preocupar-me em eleger as fêmeas com o mesmo esmero que elegia os machos, e só a partir deste momento apareceram os bons resultados as fêmeas para esta linha tem que ter um peito largo com uma capacidade torácica o mais ampla possível, também me disseram que os primeiros cruzamentos são feitos com fêmeas verdes e posso-vos assegurar que isso não é necessário o que é preciso é que o canário silvestre passe toda uma temporada no voador das fêmeas para se acostumar a elas. Na alimentação uso sementes de primeira qualidade principalmente no que diz respeito à sua limpeza, algo que para mim é de vital importância, a higiene tem que ser extrema para evitar as doenças se houver uma boa limpeza menos probabilidade há de haver essas doenças, para as crias utilizar o embuchado sempre que o tempo o permita pois as crias desenvolvem-se de forma mais rápida e ao mesmo tempo proporcionar-lhes antibiótico nos primeiros dias sem prejudicar as mães que estarão provavelmente preparando-se para a seguinte postura e todos sabemos que é totalmente proibidos os antibióticos durante a gestação. Quanto à educação dos novos exemplares, primeiro é necessário que tenham capacidade, se a tiverem é possível ensinar-lhes tudo o que queiramos, se quisermos campainha, que a escutem e de certeza que a emitam, se notarmos que lhe falta outra nota seguiremos o mesmo método que escutem um maestro que tenha essa nota, ou uma CD. etc.etc. embora eu conte com uma vantagem que a maioria não tem é que eu moro em plena serra de Gredos e meus canários passam grande parte de sua vida no exterior onde efetuam a muda e aqui temos a sorte de estar escutando durante toda a noite muitas aves silvestres mas especialmente o rouxinol canta toda a noite até ao amanhecer, enfim cada mestre com seu método, pelo menos para mi gosto que os criadores da nossa pequena sociedade me contem as suas experiencias e dar-mos conselhos uns aos outros para que possamos ter bons resultados.
Antes de despedir-me permitam-me agradecer ao meu amigo de La Palma José Hernández por sua contribuição a este meu depoimento.


Reñideros em Timbrados Descontínuos

Por: Pepe Galan
 
 
A experiencia nestas andanças dos canários, em  relação ao seu canto e diferenciando  uns de outros,  atrevo-me a dizer o seguinte:
Todos os pássaros, são territoriais, e  mostram-no  nos  seus cantos com sons mais ou  menos diferenciados do seu  estilo de canto, utilizando-os para cortejar a fêmea,  para marcar o seu território,  para ameaçar os seus  oponentes e até  para educar e marcar os possíveis perigos que espreitam a sua  descendência ou criação.
Quem já tenha escutado os pássaros silvestres, em liberdade  e  segundo a época do ano, com toda a certeza que ouviram essas diferenças em seus cantos,  no  cortejar da fêmea, fazendo ou  marcando o seu território  ou   quando tenha que ameaçar ou amedrontar o seu  oponente, com toda a certeza que os companheiros que criam  o  silvestre podem afirmar estas observações.
Pois bem, transportadas todas  estas observações, para o canto do Timbrado Descontinuo, e  como fruto do  resultado do  refresco de sangue do canário domestico, com o  canário silvestre, aparecem no domestico estes instintos naturais, que dão origem à  decomposição da  melodia intercalando esses pequenos  mas  desagradáveis grunhidos, a que  chamaram “ riñas ou reñideros “ , e segundo se consta,  por manifestações  feitas  públicas,  por uma grande maioria de criadores desta especialidade,  que esta riñas ou reñideros foram promovidos por alguns  criadores Asturianos.
Na minha opinião e segunda a zona de Espanha que  tentou dulcificar este grunhido,  chamando-lhe  singelamente "riñas”   eu acho que por lhe tirarem a gravidade do nome o que conseguiram foi em vez de  quererem dizer “RIÑA”   parece que queriam dizer “ CONSELHO “ isso sim, mas com muita convicção.
A mim não me tiram do assombro, que para qualificar a canção de um canário, sua música, sua melodia, sua maneira de dizer, tenham que aparecer alguma ou outra repreensão, ainda que algumas pareçam “recaditos” de  adulto para   criança.  (não deixa de ser curioso)